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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mar Azul




Ás vezes sinto que meu espírito necessita de uma meia verdade

De acreditar ou não no valsar dos pensamentos tortos
Que se equilibram desnorteados procurando abrigo
Essa é certamente a meia verdade que pulsa a cada gole de ilusão,
Contrapondo com a névoa que se instala
É na gota que consumo que estão os segredos, as verdades e as virtudes
Aí me vem aquela vontade indomável da mentira sincera que a liberdade é
Fazendo com o que há em mim, acorde
E vá de encontro como o mar azul.

Valéria Hidd
Vem
Há algo no frio que guarda vida Num congelar de grafias exportas ao vento Trazendo-me recordações que se descongelam com o tempo Varrendo minha memória melancólica Assim, permaneço na calada da noite Eu e eu Naquele prélio desconcertante Que causa rios perenes que sofrem sem chuva Numa imperfeição perfeita pra se viver E ouvindo aquela minha velha canção A do toque compassado do coração Só tenho um pensamento nada vago Mas vivo, presente Aquelas loucuras maravilhosas que é para gerar vida Tão deliciosamente sonhadas Aqui bem acordada, espero-te!
Valéria Hidd.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Medo

O medo é como a própria escravidão esperando a libertação.
Está num passo, num grito, num mergulho, num recuo, num amor.
Inunda alma como um rio que transborda, afogando na parte rasa do lago.
É um pregador de peças.
É um doido avaliando uma loucura.
É inimigo do Tempo, maquinando contra este.
Faz da vontade, sofrimento.
É enclausurador como uma masmorra invisível.
Desorientador da defesa.
Idealizador da rotina, não desbrava Mundo desconhecido.
É um indesejado que se alimentado corrói a linha que une corpo e espírito,
Porque se pensa sem se existir.
É uma mazela emocional que nada tem de cauteloso,
Pois tem características doentias e,
Busca na vida uma lógica que jamais será encontrada.
Não se atém que a vida é conviver com pessoas difíceis ou não; 
Resolver problemas ou não;
Crescer ou não;
Amadurecer ou não;
Amar ou não;
E sempre, sempre será um caminhar para o fim.

Valéria Hidd









domingo, 20 de outubro de 2013

Pensamento Perdido

Poderia se quisesse agarrar a minha vida e dizer qual é a tua? Vai com calma, porque a dona da situação sou eu. Mas nós não estamos sozinhas. Isso faz das minhas escolhas um emaranhado de teias que aguardam o espanador. Houve uma situação em que as minhas emoções foram ao pico. Amor aos meus,ódio a quem nos invade, impotência, dor latente na mente,angústia,injustiça, ausência de palavras,medo,solidão, desprezo,desamparo, morte e também, vida, renascimento,motivação, certezas,justiça,tranquilidade, espera,calma,união,apoio e acertos. E isso tudo sentido de uma vez só. Olha lá!! O equilíbrio tem que estar presente nas horas em que ser um assassino passional é fichinha.Eu me apeguei ao Metallica e ao Pink. Mal sabem eles que eu sou uma fã perdida em milhões desse mundão. Pode até parecer besteira, mas que a música tira a gente desse mundo, ah isso tira!É viajar estando onde estamos. É uma coisa bem solitária,mas válida pra aquele instante. No fundo cada um de nós está mesmo é sozinho. Não há como dimensionar a dor que o outro sente, nem mesmo a alegria seja possível ser sentida dessa forma,apenas compartilhada. E cada um sente ao seu modo! Eu me conheço,mas muito de mim não pode ser mostrado, senão pra quem esteja dentro de algum dos meus contextos. Sei mesmo é que há muito o que perder. E isso amedronta as pessoas.Fazendo com que os "realmentes" façam bem mais sentido do que as realizações pessoais. A satisfação acaba nem tendo tanta importância, porque a vida é mesmo efêmera. A morte está bem aí!Seguindo essa linha de pensamento, pra que se indispor como "Mundo"??! Assim, justificamos o escondido. Não deixa de ser uma vida a ser vivida, só basta mesmo é pararmos de julgar que vai além disso. Valéria Hidd

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Texto de Ide Lara

Tem gente que nos faz ser melhor do que somos. Li isso certa vez, mas não entendi a força que essa afirmação tem. Hoje sei exatamente o que há por trás dessas palavras. É assim de um jeito mais que especial é que me junto as minhas coisas, pensamentos e a você.As horas têm trazido uma movimentação muito dinâmica aos meus sentimentos e suas emoções. Estou cada dia mais coração. Dizendo apenas o que vem lá de dentro. Se nada sinto, adormeço e nada digo. Acessível a poucos. Ainda com gavetas bagunçadas. Mas essa luz que me chega com seu brilho tão intenso me faz sim, querer colocar para fora a melhor das mulheres que há, certamente, dentro de mim. Sinto que sou grande e que a cada dia estou mais além dos grandes detalhes, ando vendo com mais atenção os pequenos. Lembrando da minha estrela de origem,onde eu era um todo. Agora sei, sou apenas uma parte. E você, outra. Ando pensando muito nessa coisa chamada dúvida. As certezas andam a dois passos de mim. Mas nem tenho tanta pressa para chegar até elas. Não por covardia, mas por estar conectada como o nosso tempo/limite. E por acreditar no que temos. Isso é nosso diferencial. Daí é que está sendo semeado a calma, a tranquilidade e a sabedora que estamos tendo. Estes vão acalentando esse desejo que nos arde cada dia mais e que aumenta a nossa sede e fome. Penso assim... Ide Lara

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Queria poder todos os dias  acordar com as ferramentas para os consertos da vida! A minha. Levar de forma leve e acreditar que consigo, sim, realizar todas essas tarefas que são minhas. Ver que todos ao redor colaboram justamente. Que sai tudo na hora devida, sem esquecimentos por ter tantas e tantas coisas a realizar, sabendo que a grande maioria não são por mim e nem pra mim e que nada ganho com isso. Creio eu!! Queria ter fé inabalável e não dizer a loucura que jogaram macumba em mim cada vez que algo me empurra num possível precipício. Quem dera eu fosse o Coyote maltratado pelo Papa Léguas. Nunca morreria e nem desistiria. Talvez morrer e renascer, em vida, deva ser alguma regra jogada em nossas costas. Por quem, não sei? Coisas do velho livre arbítrio. Tem coisa mais sacana na vida do que fazer umas escolhas pra depois a vida dizer: " Não tenho nada a ver com essa consequência. A escolha foi sua". Nem falo do tal acaso porque eu não acredito nele.
Queria não me deixar abater por pressões , pois tenho a impressão que sou única na estrada a detestar olhar para o relógio que pra mim está sendo apenas um acessório bonito já que há dois dias marca a hora sem sair do lugar. O coitado adoeceu por ter se tacado na parede. Culpa do cachorro que ia me derrubando. Morreu será? Devo estar andando com o morto que não amortece as horas.
Sei não, essa coisa de dizer que é a gente que complica a vida...quem faria isso consigo mesmo? Uma teia de gente que depende de nossos "sins" dos nossos "nãos" é moleza?
Vamos sendo obrigados a tantas coisas, questões, rumos,sentidos, razões e à vida alheia. É, sigo hoje, com essa falta de vontade, como uma pipoca pulando na panela/vida. O óleo fervente dos efeitos,esquentando minhas causas. E tanto por fazer, pensando em ganhar mais do que perder. Sem tempo para usar do jeito que eu quero. Para no fim eu ser devorada por bactérias. É muita ironia.
O Segredo é dizer pra si mesma: Valéria, relaxa, vai dar tudo certo!!!

domingo, 15 de setembro de 2013

Passeio pela Praia

Hoje acordei como se tivesse dado um passeio durante meus sonhos,acho que pela praia. Eu gostava de caminhar na areia descalça quando morava em São Luís. Pena que os sonhos somem quando desperto. Deixam apenas aquela impressão lá dentro. Num lugar onde só eu chego. Onde não há pouco e nem freios. É lugar de intensidade. Aparecem saudades estranhas, por eu não saber do quê! Vem aquela vontade de chorar, mas as lágrimas não caem, apenas marejam meus olhos. É uma luta conviver comigo mesma. Eu e eu andamos muito em prélio. Tendo consciência de que muita coisa não tem razão de ser e sendo assim, são eternamente sem explicações. De lá desse lugar vem a escada que impulsiona a coragem, as idas e vindas, o recuo, o ceder...coisas que me regem de forma bem visível, tornando a mim uma mulher perfeitamente imperfeita.
Lembro de umas figuras interessantes. Umas apenas via na areia, pertinho das águas. Havia os que como eu gostavam de caminhar sentindo o vai e vem das ondas que quebravam lindamente. E tinha os que estavam onde eu deixava o carro, onde eu bebia a água de coco, onde eu sentava, onde eu conversava. Certa vez passei pelo ator Lima Duarte, mas não o reconheci. Um senhor normal, com chapéu na cabeça, cambota e mais baixo do que eu. Uma conhecida, dona de uma picanharia fez um sinal p mim e encostei para saber o que era. " Você não viu o Lima Duarte?" Poxa...até teria dito pra ele: "Nossa, pra mim o maior de todos os personagens nacionais é o Sinhorzinho Malta!!" Perdi a oportunidade, mas tudo bem. Ela, a conhecida, exclamou ao ver minha decepção: " Mas se fosse Reinaldo Gianecchini você teria visto!!" Capaz!!
As pessoas me conheciam pelo nome. Acho que por eu ter o hábito de perguntar o nome delas. Jean dizia: Valéria, vai querer o coco agora? Ele é o garçom que me atendia. Diz ele que meu bom dia era bonito porque era sem obrigação, já que eu sorria. Mas também tinham as pessoas que eu antipatizava e que certamente me achavam antipáticas também. Isso é bom. Eu não nasci para agradar todo mundo. Ser educada com quem não merece já é meio caminho andado para o céu. Chego lá!!
O cara lavava meu carro sem perguntar. Não gosto de gente esperta. Mas ele tinha a cara de cachorrinho abandonado. Feio de doer!! Eu não sorria pra ele. Nunca ria. Um dia cheguei e coloquei o carro no lugar de costume e lá estava o tal. É o Neto! Perguntei o nome dele e disse: pega a chave e limpa por dentro também. Pode ligar o som!! Após isso, amigos ficamos!!
De todos os que lembro o mais mais era Roberta. Nossa...é o que digo ser uma figura folclórica. De pele bem preta e pêlos dos braços e coxas dourados. Vendia sanduíche natural. Uma delícia. Claro que eu era freguesa. Depois de nos tornarmos mais intimas , digamos assim, eu comprava um e ganhava outro. Sempre de peru.  A figura sempre chegava abafando. Conhecida por todos. Os dentes bem brancos e bonitos. Simpática, a bicha! Como eu estava lá todos os dias pela manhã até as nove, pois tinha o privilégio de ter o mar como meu quintal, Roberta sentava e ficávamos conversando sobre os mais variados assuntos. Gostava do assunto silicone. Tinha na bunda e nos peitos, que ficaram sendo seios. Eu ria muito. Não tinha dia triste para Roberta. Era um astral de dar inveja. O engraçado foi quando ela comprou um Gol e estava treinando para tirar a carteira de motorista. A danada na baliza estava judiando demais. Ela repetia e se lamentava, sorrindo, pela taxa. " Vou falir, deusa! Ela me chamava de deusa. Havia apenas uma coisa que a tirava do sério. Nasciam pelos em seu rosto, mas ela ouviu falar em laser. Além da carteira de motorista, tinha mais esse sonho: deixar de usar o aparelho que tanto lhe irritava a pele. Tadinha! Também pudera, nascera no corpo errado. Roberta me mostrou a identidade dela. Uma prova de confiança e amizade, viu? Disse.
Tá lá escrito: Paulo Roberto de sei lá do quê.....

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Há algo na vida em sociedade em que nunca me encaixei. Coisa que nunca foi fácil pra mim, porque por muitas vezes achei que eu era quem estava errada. Hoje sei que ninguém detém as certezas, pois elas são muitas. Cada um que siga feliz como bem quiser e achar melhor. Por que isso é difícil para as pessoas entenderem? Não suporto essa coisa de que tenhamos que seguir modelos. Como seguir o modelo de um certo casal se nem sabemos como vivem entre quatro paredes que é onde as verdades deles são vivas? Creio mesmo é que quem nos julga errados, na verdade sente uma ponta de vontade de quebrar seus próprios gelos, mas apenas tem triturador pra vida alheia.
Olho a minha volta e vejo um emaranhado de nós, mas há laços também.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Encontro

Ele só
Sozinho em seus pensamentos
Preso às andanças de sua existência
Caçando a si mesmo por entre a mata
Vagando absorto na conexão que há entre o céu e a terra
Avista o que sem saber procura:
Ela
Sozinha em seus pensamentos
Presa às andanças de sua existência
Mas ela não caça a si
Nem vaga absorta
Porque está no meio termo
É o olhar que falta
O cruzamento deste
Pra soltar a fera que há nesse encontro
De três: ele, ela e a lua.

Valéria Hidd


sábado, 17 de agosto de 2013

O Tempo de Caminhar

Ah como o andar é lento
De palmo em palmo
Movimento atrás do pensamento
Lá estou cambaleando diante de tanta grama lisa
Sombras me espreitando
E do alto ninguém se manifesta
Mas o Sol ainda troca seus dias com a Lua
Enxergo essa beleza mesmo estando com a visão turva
E vejo nos castelos de concreto, as minhas lembranças
Aquelas que vão colorindo meu percurso de azul
Acabo por não me importar com o demorar
Se longe está, entendo melhor
O tempo de caminhar.
Valéria Hidd

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Amando

Estar amando transforma, muda o rumo e o sentido das coisas ao redor.
É como um sonho alto, pisar na maré, tocar na lua e sentir o transbordar do novo amor.
É sentir o abraço transmitido pela vontade de se ter.
É estar com todos os sentidos em ebulição.
É sentir o outro até quando fisicamente for impossível.
É o não sufocar sabendo que se é tudo para o outro
E que o outro é tudo pra você.

Valéria Hidd

sábado, 13 de julho de 2013

Leitura


Carta e leitor passaram horas se olhando,
Fazendo este último baixar a guarda.
Corriam assim o relativo e o absoluto meio que se digladiando
Numa perfeita paz de leitura.
Surgiu a visão de um novo Mundo.
Mundo deles.
Cheio de cores neutras e paz.
Com vento ameno, sussurrando a todo momento:
Vocês podem!
Cresceu o amor de se amar.
Sólido, tranquilo e certo.
A Natureza aplaudindo contente o
Amor do contexto
Que deu os lábios a morder.

Valéria Hidd






quarta-feira, 29 de maio de 2013

Em Algum Lugar do Passado

Tem umas pessoas que ficam em nossas lembranças. Que jamais passam. Fazem feitos que nos encantam eternamente. Tem delas que parte cedo. Acredito que há quem realmente não pertença a este mundo.
Tenho várias dessas pessoas na mente. Umas vi poucas vezes, outras ainda estão comigo. 
Sou saudosista e de boa memória. Passo por lugares e sou capaz de recordar detalhes de fatos. Quase todos são como presentes ganhos pela vida e que guardo como joia rara em meu coração. Dão uma aliviada na pressão do viver de agora!!!
A rapidez com que foram acontecendo as coisas no meu caminhar e que me tiraram a visão adolescente, fizeram com que eu valorizasse cada pedacinho da minha história de vida. Não que seja breve. Jamais!! Prezo a vida. Quero viver muito. Pelo menos enquanto tiver saúde. 
Mas não desejaria voltar no tempo. Se fiz, fiz!! Se não, já era. Passou. A fila andou!
Há uns de repentes em que vou esbarrando em pessoas queridas que há muito não via, mas jamais esquecidas. Abraços, afagos e o tempo num instantinho, encurta. Somos hoje mais velhos, mas não esquecemos o brilho que tinha lá atrás, o nosso tão perfeito Mundo. E vivemos aquela coisa das mudanças na criação dos filhos, vivemos a liberdade chegando, músicas com letras marcantes e com ideais, vimos filmes inesquecíveis como a Lagoa Azul, Top Gun, a seleção canarinho, o Volei do capitão Willian e no feminino Vera Mossa (eu amava ser chama pelo nome dela), Hortência e Oscar no basquete, o Presidente Figueiredo visitando Teresina, passando pela av. José dos Santos e Silva ( eu estava lá ). Ele, o último militar!!
E tantas outras coisas marcantes e íntimas, como namoros e descobertas, perda da virgindade, as desilusões, as alegrias e pra mim a dor de conhecer o fim de alguns parentes, amigos...isso judia demais. Meus valores são profundamente marcados por conta dessa dor causada pela morte. Sou muito de gente. De amar os meus!
Não havia essa de Bullying ( nem sabia escrever isso), pois éramos crianças resolvidas, sem estresses, sem complexos, sem frustração e não tínhamos maldade nas brincadeiras. Eu tinha apelido. Apelidava também. Era metade faceira, metade moleca!
Lembro de um amigo. Um amigo bem especial. O Sales. Amigo de rua. Vizinho desde quando vim morar em Teresina. Ele mexia comigo quando eu passava. Já estávamos sem os rostinhos e corpos de criança. Ele assobiava e ria. Queria me intimidar na frente dos outros. Mas sabia que eu era uma espoleta. Eu agia tão feio, mas agia. Dava o dedo pra ele. E se iam aqueles garotos rindo dele e de mim. Certa vez, na base da molecagem e sendo uma atriz de primeira, cheguei ao meu avô e disse: "Vovô, o Salim toda vez que passo assobia fiu fiu pra mim e eu tenho vergonha. Baixo a cabeça e vou." Ele apenas disse: rum!! Depois eu soube que ao entrar na mercearia do seu Ediverto, Salim deu de cara com meu avô e o cumprimentou com aquele medo que todos tinham dele, pois era austero, mas no fundo muito simpático com as pessoas. " Olhe seu Sales, o senhor pare de mexer com minha neta. Não fique assobiando pra ela feito moleque." Nossa....o chão não se abriu como Salim desejou. Todos riram e quem me conhecia sabia que era apenas sacanagem de minha parte. A noite, em nossos encontros nada casuais, pois nos reuníamos na porta de casa para conversas e gargalhadas, Sales veio uma fera falar comigo. Mas encontrou a amiga sem conseguir ficar séria. Eu ria tanto que nem ele aguentou. Chamou-me de algo que hoje seria " mala". E amigos continuamos como sempre!
Aprontei mais algumas dessas, mas sempre conseguia quebrar o gelo por sorrir.
Uma época de luz, paz e muito amor. Eu nada seria sem essas pessoas que ficaram em seus caminhos, mas que vez por outra atravessam na esquina por onde estou, também, atravessando.

Valéria Hidd















terça-feira, 28 de maio de 2013

Rico Coraçãozinho

Tem um coraçãozinho colorido
Ora vermelho, ora azul
Palpita, chega a cantar
Anda perdido, mas se acha toda hora
Tem mãozinhas e bate palmas ao ver a pessoa amada
Tão fácil entender seus toques!
Quando está triste, sangra azul.
É nobre!
Permanece mais tempo deliciosamente feito a maçã
Fica fraquinho ao se preocupar....aahhhh
Teme pelo tempo que tem
Sendo assim vive seus momentos
E sussurra:
Você está em mim!

Valéria Hidd

Inspiração

Não sei mais escrever
Não sei por onde anda a minha ajudante
Fechou-se
Calou-se
Pouco se importa comigo
Sinto-me abandonada
Judiada sem saber como reagir
A caneta e o papel, obsoletos
A tela do computador, cega-me
Minha mente está muda
Minha visão não enxerga a beleza ao redor
Ando no Mundo do Mar de Dentro
Lá, só encanto!
Mesmo assim, nada sai
Talvez não seja permitido
Descrever a grandiosidade do mundo paralelo.

Valéria Hidd

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Menina

Estava pensando numa menina linda
Livre para ir e vir
Cheia de sonhos e planos
Corajosa e determinada
Vivendo os amores que puderam ser vividos
Vivendo os amores que não puderam ser vividos
Correndo na chuva
Andando de bicicleta
Acordando e dormindo na grande paz de quem cuida de si só
Um menina meiga, mas que fala meio alto
Que derruba as coisas e cai de madura
Que nunca organiza as gavetas, mas sabe tudo o que tem
Que prende os cabelos como rabo de cavalos por ser calorenta
Que queima os outros com o olhar e o sorriso
Calor prazeroso emana
A menina que não gosta de ser avaliada
Que achava que ser notada não seria preciso
A menina que ama dançar
Que pula o muro da escola para vida a sexta-feira
A menina que fecha os olhos para valsar junto ao vento
E que percorre o rio da vida sem carência de olhar para trás
A menina que nunca fui.
Valéria Hidd

terça-feira, 16 de abril de 2013

De Momento

Quando ti vi passar
Foi como quem vê um anoitecer de lua cheia
Com uma frisa deliciosa ondulando seus cabelos
Aquele teu olhar perdido em minha direção achando-me
Ganhando-me em todos os sentidos
Molhando corpo e alma
A Tua boca foneticamente como quem em câmara lenta
Diz: aproxima-te minha princesa!
A voz chega a mim pela aproximação do nosso andar
Perto, a chama invisível, queima nosso louco amor
Ardente e imortal.
Assim, fez-se o momento
E é nele que acredito!
Valéria Hidd

Vazio

aahhhhhhh coisa chata que reina em mim
lateja
fica
permanece
quer fazer parte de mim
sem que eu queira
empurro-a
e ele, cínico, volta
dia
noite
vai
e vem
que manifestação indesejada
querendo ser um dos sentidos
por força e ferro
ahhh alma que incomoda
a mim
a capa, luta
para não sentir a hospedeira
somos duas
eu e essa que já nem me lembro
ambas já não se encontram
estão de costas
num duelo
sem fim
dentro da bela vida
de todos nós

Valéria Hidd

sábado, 13 de abril de 2013

A IMPORTÂNCIA NOS DIAS DE HOJE DO TOMATE


Estava dando uma olhada nas postagens e notei o quanto se falou do preço dos tomates. Mas isso é uma coisa tão corriqueira!!! O preço dos produtos agrícolas dependem da época do ano em que estamos. E também se plantam muito o preço cai, do contrário, sobe. É tão simples: tá caro, não compra. O tomate não irá ficar pra sempre com esse preço. Acredito que por trás dessa manifestação exagerada exista os que querem desviar o que realmente deveria nos indignar. Uma pessoa começa e as repetições passam a ser como um padrão no facebook e em outras redes sociais. O que me revolta mesmo é um garoto chegar ao portão do prédio onde mora e vir um vagabundo safado e protegido por uma lei medíocre , e morrer. Ser abatido. Um tiro na cabeça é para não sobrar nem pensamento. É para aniquilar a família, os amigos, os parentes, os vizinhos , a mim. Alguém disse: são as drogas! Drogas??? Agora é tudo culpa das drogas? Há quem se drogue e faça mal somente a si mesmo. E Ser Ruim não existe?? A maldade não existe?? Estou revoltada com a morte desse garoto!!O que irá acontecer com o ordinário que ceifou a vida dele?? Podemos ficar sem tomates e sem um filho?? Estamos sujeitos a esse tipo de coisa também. E o que fazemos? NADA! Não cobramos uma lei que pare de proteger quem não presta. Quem detém o poder de criar Leis para que a gente se sinta menos inseguro, tem que começar a se mexer. Não ganha para isso?? Tem que ser punição eterna para quem mata dessa forma: por pura maldade!! Aquele bandido que matou aquela advogada, Mércia, é outro que me revolta. Aquele mentiroso vil!! Daqui uns anos sai da cadeia. Podia era pegar uma surra por lá e morrer. Não vai fazer falta o cão daqueles! E vários e vários casos que têm, infelizmente, nessa Terra estranha em que vivemos. Cada vez que um filho meu sai eu peço A Deus, aos Santos, a Sorte, A meus avós que já partiram, a amigos invisíveis....apelo pra tudo o que me lembro na hora, por conta dessa insegurança que nos assola. Meu filho Cadim e sua namorada, Yasmin, já presenciaram um roubo de carro em sua frente.Socorreram o rapaz que ficou desnorteado, sem saber o que fazer...isso é que deve revoltar. Sei que os preços, a inflação, a vida cara que temos é de suma importância, mas ficar remoendo uma coisa que DEVERÍAMOS SABER QUE É POR ÉPOCA, é demais para minha inteligência. Até gosto do programa da Ana Maria Braga...nada contra. Gosto das entrevistas quando posso assistir. Mas ô colar ridículo e massificador aquele de tomates gigantes!!!Puta que pariu!! A Globo ama massificar!!! CUIDADO COM COISAS QUE SÃO ENVIADAS PARA CADA DIA MAIS SERMOS CONSIDERADOS MENTALMENTE POUCO INTELIGENTES!!!!!!!

Tanto Sentimento


Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.
Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.
Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

terça-feira, 9 de abril de 2013

Manhãs

Acordei com o dia sorrindo. Ah! Um breve lembrar de que a cada manhã tenho um motivo a mais para que eu possa viver em função do dia em que estou. Uma bela lambida e afagos dos cachorros que felizes, correm quando abro a porta da cozinha que dá para a área de fora. Eles não sabem se lá ficam, deixando suas necessidades físicas ou voltam para me fazerem companhia. Correm de um lado para o outro. Derrubar-me, falta pouco! Coloco a ração e água. Eles pulam, empurram-me e eu brigo!
O som da manhã cedinho é lento!! Passarinhos, aquele plimpilm dos carros dos vizinhos sendo abertos, barulhinho dos portões elétricos, vassouras nas calçadas valsando, cachorros com seus donos na praça em frente, Galeno se lamentando.
Um sono que parece jamais sair dos meus bocejos. Como diabo eu acabo de dormir e já chega o dia? Confesso que só mesmo as obrigações para fazer com que eu a essa hora esteja de pé. Oh coisa ruim é acordar cedo. Foi essa coisa de achar que dormir é bom que eu fiz de um feriado, uma hibernação.
Engraçado as fases que a gente vai atravessando! Semana Santa eu só quis dormir. Um desespero para ficar em meu quarto deixando a vida lá fora para quem busca algo. Não que eu não busque, mas na Semana Santa a minha cama, meus filmes e meus livros passaram a ser as prioridades. Desde que tenho celular, anos luz, foi a primeira vez na vida que o abandonei jogado na mesinha de cabeceira, totalmente descarregado. Gente do Céu, foi um ato egoísta ( pois não estava na mesma cidade de dois dos meus filhos, minha mãe longe, amigos por aí...) que me deu uma paz surpreendente. Saí do Mundo e não fiquei com aquele sentimento de culpa ou de estar esquecendo algo ou de que não se pode mais viver sem celular. Não sei quando voltarei a agir assim, mas que foi um ato sensacional para mim, ah isso foi!
Vamos pegando umas manias que nos condicionam. Mandam em nosso querer e causam agonias na alma. Aquele vazio incompreendido fica latejando. Ao invés de darmos mais qualidade de vida para nós mesmos, vamos ficando prisioneiros de obrigações que nem sempre são para ser tratados como prioridades. Hoje acho a desconexão, algo de suma importância.
E assim, ando fazendo com tudo. Facebook também tira tempo de descanso, de leitura, de vida aqui no real. Ando entrando pouco. Respondo aos amigos, que acostumados com a minha presença se preocupam se algo me aconteceu. São pessoas com sua importância em minha vida, como os amigos de fora da tela, mas mesmo não nos vendo com frequência devem entender as minhas necessidades aqui fora. E convenhamos: notícia ruim chega logo, né? Se algo acontece, em seguida todos irão saber.
Com filhos a mesma coisa. Da mesma forma que eles precisam do espaço deles para crescerem, também preciso do meu. Já não ando tão disponível como antes, mas sempre por perto para apoiá-los. O mais novo, claro, ainda com uma atenção mais especial por depender de tudo ainda. E graças ao amor dos irmãos, aproveita a vidinha dele com o auxílio deles também.
Acredito que como a vida é efêmera, nosso papel diante dos que amamos é contínuo, mas sem que nos escravize. Lembro de um dia desses, na infância dos meus primeiros filhos, que íamos para o shopping. E lá eu os deixava na sala de boliche, avisava a um dos responsáveis pelo lugar que o que eles precisassem poderia ser liberado e,  ia sozinha para o cinema que ficava quase ao lado. Assim, eu também me divertia. Mesmo que sozinha! Sempre amei a sétima arte mesmo! Mas hoje não dá mais para confiar. Teresina cresceu e junto, as coisas ruins: violência e desrespeito pela criança. Mas sou tão privilégiada que dividimos até o lazer de nosso príncipe que detesta ser chamado assim, por ele seria o Coringa, aquele vilão do Batman. São as dinâmicas da vida. Cada geração, um modo de vida diferente. A minha infância foi na rua mesmo. Caindo, levantando...sendo moleca! Maravilhosos anos foram o final da década de setenta e os anos oitenta.
Perdi umas coisas pelo caminho. De uns tempos para cá não tenho expectativas em relação a mais nada. Vou vivendo o que for possível e tenho as minhas alegrias agindo assim.
As manhã são por vezes acinzentadas por notícias ruins, mas hoje estava tudo azul. Céu sem nuvem com ar de esperança.
Valéria Hidd



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Para Todos


  • De repente não posso dizer-te
    o que te queria dizer,
    homem, perdoa-me, saberás
    ainda que não escutes as minhas palavras
    que não me pus a chorar nem a dormir
    e que estou contigo sem te ver
    desde há muito e até ao fim.
    Eu percebo que muito pensem,
    e Pablo o que faz ? Estou aqui.
    Se me procurares nesta rua
    encontrar-me-ás com o meu violino
    preparado para cantar
    e para morrer.
    Não é por querer deixar alguém,
    nem aos outros nem a ti,
    e se escutares com atenção, na chuva,
    poderás ouvir
    que vou e venho e me demoro.
    E sabes que devo partir.
    Se não se entendem as minhas palavras
    não julgues que sou o que outrora fui.
    Não há silêncio que não se acabe.
    Quando chegar o momento, espera-me,
    e que saibam todos que saio
    a rua, com o meu violino.
    PABLO NERUDA

Certeza

Esperei, mas não sem lembrá-lo que estava presente
Andamos em direção oposta em comum concentração
E todos os dias lá estávamos observando o vôo das aves negras
Eu os via indo e você os via vindo
Sempre com partidas a noite
Eu sob a Lua, imaginando ela te vendo
Andamos na contramão, nos vendo ao encontro dos olhos
Na pintura da parede da praça, o olhar meio por cima
O Sorriso leve sem abrir a boca
As Falas ouvidas através de músicas
Trouxeram o entendimento raro, em silêncio
Numa comunicação de dois seres, dois bichos, dois selvagens amáveis
Que nem sempre falam a mesma língua
Mas que o dito amor faz 
Com que os olhos da mãe natureza
Nos enxergue e diminua a distância
E assim vejo a incerteza apenas do lado da gramática
Que diz: a questão exige o antônimo!!


terça-feira, 26 de março de 2013

A vida tem dessas coisas....

Marise Geisteira compartilhou um status
21 de março
AMIGA HIDD
Para você minha amiga, eu desejo… Os Sonhos mais lindos de uma noite. E todos os seus sonhos realizados ao amanhecer. Boa Noite!
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Valéria Hidd ow amiga, eu desejo a vc td de bom....estou em falta c vcs. Vou pra SL na quarta e qd eu voltar vou visitar vcs. Amo vcs todos!!!
Domingo às 10:37 · Curtir · 1

Marise Geisteira Quero lembrá-la hoje, do quanto a sua presença no mundo
é um presente para todos que como eu, podem conviver com você.
Agradeço a Deus, muitas e muitas vezes, pela a sua vida, pelo dom
de sorrir e conquistar amigos, por ver e saber enxergar toda a beleza
que existe em torno de você, por ouvir e saber escutar quando alguém
quer conversar contigo...

Te admiro muito, pela pessoa que você se mostra ser e que
na verdade é, desde quando eu te conheci.
Se faça sempre merecedora do título de amiga, que te cai muito bem,
és companheira, fiel e cúmplice de todos os momentos.

Te adoro amiga. e só mesmo desejar-lhe uma infinidade de
acontecimentos lindos, para a sua vida e para a sua felicidade.
Viva com alegria e muita vontade de descobrir as coisas e pessoas
do mundo, afinal, todas elas tem a sua própria história para contar.

Seja feliz minha amiga e realize passo a passo todos
os seus sonhos,sem nunca desanimar diante das barreiras
que atravessarem em seu caminho.
Estarei sempre com você...
Domingo às 22:21 · Curtir
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  • Valéria Hidd Eu tive que trazer pra cá!! Marise Geisteira, amo demais vc, amiga!! Ficamos adultas, formamos nossos núcleos e isso dificulta um pouco a gente se ver c frequência. Mas jamais esqueço a sua amizade. Seu jeito, seus conselhos, nossas risadas...nossa amizade!! Sabes que sou besta p chorar...Te amo! 
  • Valéria Hidd Trinta anos de amizade.....obrigada!!
  • Saber que posso contar com Marise e ter certeza de que não estou só. E dá-me um certo acalento por enxergar que se não me adaptei a morar fora é porque tenho motivos de sobra para me sentir segura perto de minha família e de amigos como ela. Abri seu face e vi lá datado no domingo passado, essa declaração de amizade e amor. Nossas conversas hj são de duas mulheres adultas que lutam em seu dia a dia por suas famílias. Mas ainda carregamos muito daqueles maravilhosos anos de colégio. Tantas lembranças legais. O corte na cabeça que ganhei porque ela me empurrou sem querer correndo na escola. Aprontamos tanto. Ela mais quieta, mais medrosa, mas confiava na minha sorte. kkkkkkkkk Valeu tudo o que fizemos. Às vezes a gente se interessava pelo mesmo cara, mas nunca nos estressamos com isso. Dividíamos o pão.....kkkkkkkkk uma de cada vez. Nada de bacanal!!! kkkkkkkkkkkkkTem umas coincidências em nossas vidas. Nascemos na cidade maravilhosa e nossos pais são do Piauí. A vida nos deu um presente: nossa sincera amizade! Ahhhhh fomos reprovadas juntas!! Gostamos da sétima série e quase perdemos a segunda vez que a fizemos. Temos muitas histórias juntas. Fomos mães cedo. Ela e meu amigão Ricardo se amam até hj num casamento que sabem conduzir, embora nada fácil como toda relação diária. Já é avó de um lindo garotinho. Amo a família que ela me deu. 

Tempo de Saudade

Um dia desses eu e minhas amigas e amigos estávamos na rua a noite brincando " da bandeira". Fazíamos tipo uma quadra na rua, riscando o calçamento ( hj está asfaltada) com carvão. Pegávamos um galho que simboliza a bandeira, de cada lado. Através de escolhas, ora um lider, ora outro, o grupo a defender a sua bandeira se formava. Era tudo aos gritos e bastante euforia. Corríamos por horas. Perdi e ganhei várias vezes. Tínhamos os joelhos ralados, cabeça dos dedos feridas...Era comum alguém c aquela cor do mercúrio em alguma parte do corpo. Nesse tempo as minhas costelas apareciam. Ai que saudade disso tudo.
Tinha uma agilidade, impulsão, visão de quadra perfeita. Raciocínio rápido para elaborar o plano para chegar a vitória. Gritava, mandava e era grande. Com onze anos media 1,68 m e já apontava a puberdade que claro, era indesejável.
Dentro de nosso grupo éramos como irmãos. Íamos na casa uns dos outros e entrávamos sem bater. Tínhamos também uns códigos: assobios na porta de quem estava de castigo. Minha avó odiava quando eu respondia um assobio. Ela achava coisa de moleque. Mas eu era uma moleca!!! A gente se metia na vida uns dos outros. E se descobríssemos alguém apaixonado era a morte!! Mas éramos cúmplices e parceiros. Nas saídas de bicicleta os maiores sempre guiavam os menores.
Eram tempos diferentes. Havia pessoas ao nosso redor que não existem mais. O leiteiro, o carteiro - os muros cresceram e agora não temos mais contato c eles. O carteiro dizia: hj tem carta pra vc, linda! - a costureira, o sapateiro, o guarda de trânsito em frente ao colégio, a dona Maria do dindim ( chupe-chupe, suquinho), A quadrinha da dona Ísis e a adorável casa alheia. Ah como eu amava a margarina da casa da Lília. Era gostosa!! O pé de siriguela, de manga rosa. Manelzim e dona Edna.
Hoje estamos adultos. Somos pais. Ninguém se perdeu no caminho. Uns partiram preocemente. Não nos vemos mais com a frequência que existiu em nossa infância. Mas quando a gente se encontra parece que nunca nos separamos. Estamos cada um em seu caminho. Enfrentando as consequências de nossos erros e festejando os nossos acertos.
Certo dia César me viu entrar na casa de minha mãe. Eu não o vi. Ele foi até o portão e me chamou. Tive a sensação daqueles tempos de menina. Oiiiii, aconteceu alguma coisa? Perguntei, porque estranhei ele ali. Mas ele apenas queria me ver. Ganhei um abraço e felicitações de Feliz Natal. Coisa mágica. Ele me contou que Rosi sua irmã havia lhe contado que eu chorei quando entrei na casa dos pais deles. Lá foi palco de muitas brincadeiras e alegrias. Festinhas. Passei muitos anos sem entrar na casa de Seu Ribamar e dona Desterro, que hoje descansam em paz. Lá moram duas irmãs. Pessoas maravilhosas que não constituíram núcleos, mas que são tias presentes.
Os pais estão cada vez, cada ano, partindo. Os que ainda vivem estão velhinhos. O tal câncer também os ronda e os leva aos poucos.  Enfarte, AVC...são tristes notícias.
Nossos filhos são como sobrinhos de todos. Muitos nem sei se reconheço mais. Mas não é por isso que os esqueço. A gente torce por cada um de longe. Marise já é avó!! Ai meu pai!! Não quero ser chamada de avó tão cedo. Sei que as avós de hoje são mais jovens, trabalham fora, namoram, vivem suas conquistas...mas ...mas...O netinho dela é uma graça. Ela diz que sou tia avó dele. Bom, desde que ele me chame só de tia, está tudo bem. É muito amado o filho de Vanessinha.
Seria bom se o corpo da gente tivesse a idade da cabeça, da mente. No meu caso seria bom. Sei que tem gente nova-velha. Diabo de uns limites desagradáveis!!Tem essa não de envelhecer bem. Não acredito nisso!A não sei que a gente tenha aquela doença de perda da memória para as coisas do presente.
Bom mesmo é ser jovem e não ter o medo de acreditar na felicidade, mesmo ela sendo momentânea.
Valéria Hidd




domingo, 24 de março de 2013

Essa música me toca na alma!


Ando Precisando

Ando precisando de colo
De acalento
De presença ativa e
Bem-vinda
De músicas lentas com voz branda ao fundo
De dançar na beira do lago ao som de sua meiga voz
De me despir dos conceitos dados ao orgulho imposto
De vento movimentando os meus cabelos
Das mãos dadas no caminhar
Do enlaço em minha cintura
De tato em minha face
Do encontro de lábios
Do riso bobo das besteiras ditas
Da solidão que não escraviza
Do teu olhar a procura do meu
De transformar o some em soma de dois corpos
Ando precisando de você.

Valéria Hidd

sábado, 23 de março de 2013

Um Certo Amor

Como alguém que ama tantas pessoas não sabe falar do amor? Penso muito nisso. Talvez por enxergar as coisas de uma forma muito particular, a visão de que fui me fazendo por enxergar os amores ao meu redor, das cenas que fui participando direta ou indiretamente desde criança. Essas coisas devem ter sua importância em relação ao meu raciocínio.
Acho que a culpa é do foco que temos no momento. Cada fase que passamos, temos uma prioridade diferente desde o nosso nascimento. Cada fase um amor. O primeiro deles sendo nossos pais e assim vai....
Sem entrar em detalhes, pois isso aqui não é um diário, nem confissões de uma mulher que escreve como se estivesse falando com alguém invisível, a grande casa em que fui criada com muita gente ao redor, feito aquelas Casas Grandes só que sem senzalas, se fez como uma universidade da vida. Nela havia velhos, novos, homens, mulheres, crianças e empregados diversos. Além dos cachorros, papagaios, pássaros e ratos e cobras. Imagina esse pequeno nicho. Então, dessa forma, aprendi a me desviar dos boicotes, intromissões, traições, invejas, competições e amor. Este pouco ou muito, foi dado como pôde e recebido do mesmo modo.
Agora me analisando através desse texto está abrindo um leque sem barreiras e com fronteiras em minha mente menina. O amor se faz como pão pão, queijo queijo. Sem sentido mesmo!!
Não vejo o amor como um ar a respirar, porque precisamos respirar para amar. É por isso que respirar faz a circulação fazer vida. E em mim tudo o que foi dando nexo em todo o contexto foi surgindo como o modo de enxergar a liberdade, o companheirismo, a parceria, a lealdade, a traição, a fidelidade, a alegria, a tristeza, enfim, todos os componentes que andam lado a lado ou mesmo inserido no amor.
Realmente não vejo o amor somente como aquelas poesias de ardência sem visão. Vejo algo mais real, mais que carisma, mais que esperança, mais que presença, mais que tempo e distância. Sem exatidão. Com aspectos sem possibilidade de ser decifrado. A pessoa sente e sabe o que é.
Amor pra mim é frase sem sujeito e estamos sujeitos a amar sem regras pré-estabelecidas. Coisa invadida embora se construa uma muralha com o mesmo propósito do da China. Não é coisa ajeitada na cabeça como véu de noiva. É inexplicavelmente sem ajuste. Achava até que ele fosse moldável, mas vi que não é.
Nele, no amor, não há portas fechadas com final feliz, por ele ser muito dinâmico: sobe e desce num certo descompasso.
Os amores não são difíceis de conviver. Apenas aquele que mistura o desejo carnal exerce em nós uma força absurda. Ora negativa, ora positiva!
Valéria Hidd




quarta-feira, 6 de março de 2013

Dores da Alma

Um dia eu esperei e nada aconteceu. Houve chuva, sol, vento, trovões, raios, mas nada aconteceu. Nesses dias em que acho que nada acrescento, também nada sei. Perco o relativo e assumo o absoluto.  Enxergo o mundo com um lado dos bons e um lado dos ruins. Sem intermediários. Nesse dia, ruim estou!!
Não sei como fazer o livro ser aberto. Não posso afirmar que não sei escrever, mas posso dizer que não me vale de nada. Queria mesmo ser era costureira. Não há coisa para mais eu admirar como pegar um tecido e transformar numa peça a vestir. Medir, cortar e costurar. Mexer com medidas. Coisas exatas. Movimentos automáticos. Uma arte.
É, mas somos o que somos. Onde eu colocaria o meu interior caso tivesse o dom da costura? Talvez não seria essa pessoa tão complicada que sou. Não fosse tão triste por dentro. Não tivesse a alma tão doída a ponto de me espelhar nesta para criar uma de minhas senhas: doresdaalma....Não enxergasse tão além do horizonte. Não acordaria assim como aquilo que Robert Frost escreveu certa vez: " Eu tive uma briga de amantes com o Mundo". Entendo esse cara. Tem dia que me vejo dessa forma.
Hoje é dia de recuo. Dia para adiar pensamentos e planos. A prioridade é não existir. Fazer movimentos ensaiados. Trabalhar sorrindo. Dá a impressão de que a vida é bela. Quem dera eu tivesse o pai do garotinho da Vida é Bela!! Ser protegida da paisagem que se movimenta ao meu redor.
É dia para dar uma gargalhada debochada para os audaciosos que vivem a vida dos outros observando somente o que dá para ser visto. Queira minha vida, mas carregue toda a minha alma junto.

Valéria Hidd




segunda-feira, 4 de março de 2013

Mendigar um Sorriso

Estava pensando naquela parte da música de Zé Ramalho que diz assim: "como é triste a tristeza mendigando um sorriso". E me veio a questão: " quem conhece os caminhos do amor?" Este rege nossas vidas. É quem faz a gente rumar com vontade ou por obrigação. E fico matutando em minha cabeça essa impressão que o Tempo me traz. Essa coisa dele passar esperando. É meio sem nexo isso. Mas vejo sentido na espera do Tempo mesmo ele sendo dinâmico e carregar a vida com seus sentimentos e emoções nas costas. O que faz ele ser rápido ou lento.
Eu acredito que nossos espíritos estejam conectados de alguma forma. E como temos várias formas de amar as tantas pessoas que conhecemos, a proporção dessa conexão depende do grau de envolvimento que temos uns com os outros. Como se fôssemos um jogo de montar. A paisagem depende da perfeição dos encaixes. Nisso a natureza se faz até cruel. Sentir uma coisa que não vem de você e ficar ansioso e angustiado sem entender o que se passa na alma não é nada agradável. Isso dá umas oscilações no riso aberto. Mas a gente vai vivendo e tentando vencer nossas batalhas diárias, mesmo sentindo essas coisas estranhas que vem com o vento. Um determinado dia a gente entende o que foi aquela brisa que nos causou um arrepio inesperado. Isola três vezes, a gente diz!!
Como sou ligada nessa coisa de achar que somos todos habitantes de um local só e que estamos aqui para cumprir algo que nós mesmos combinamos sei lá onde e porquê, creio cada dia mais que se entendêssemos porque nascemos para morrer um dia, não haveríamos de viver essa vida que nos chega todos os dias. Isso vai me dando a nítida certeza de que partilhar o máximo possível com quem amamos é uma das mais importantes regras. É como se fosse um dos mandamentos. Digo no sentido da importância que este tem.
Eu penso demais. Isso não é bom. Chafurda a minha cabeça. Tenho umas feridas que não se enxerga. Aquelas que surgiram por gestos ou palavras. Ficam lá escondidas na gaveta que inventei na mente. Às vezes preciso dar uma olhada para ver o que acho de interessante nas coisas que não doem mais. Eu tenho a necessidade de estar com os meus ganhos, perdas e restos. Quase não tenho tempo para eles, mas fazem parte de minha história de vida. O bom de ver as coisas depois que elas perdem aquela imensa importância é que há várias versões de nós mesmos. É. Tem disso na vida. Eu já percebi. Somos outros antes , durante e depois dos acontecimentos. Se alguém nada muda, pode dizer-se um idiota. 
As mortes de pessoas próximas a mim me deixam cada vez mais mortal. Quanto mais novo o falecido, mas mortal vou me transformando. E mais desapegada às velhas questões eu vou ficando. Aquelas águas turvas com pedrinhas foscas, vão se transformando em águas de oceano verde com pedrinhas coloridas e brilhantes. E vou enxergando uma floresta povoadas de fadas, mas com plantas carnívoras também. Há o belo e o fantástico, mas há o lembrar do pó. Deste que se volta. Do regresso. Do lar misterioso que nos aguarda e do qual eu imagino os meus mortos. Isso me acalenta. É uma verdade. A minha!
Mendigar um sorriso é querer uma vírgula quando ainda não se consegue chegar ao ponto. Sei o que é  isso porque eu já convivi com amigas que se viram num puxar de tapetes que a vida lhes deu sem dó e nem pena. Perdas que trazem uma dolorosa saudade que vai aumentando conforme vai se tendo a certeza de que aquilo não vai passar enquanto de viver eterno se fará aquela ausência. Cada dia mendigando um sorriso.
Não há uma ordem na natureza. A idade não conduz os fatos, mas causa indignação. Saramago dizia que os filhos são emprestados. E como aceitar tal coisa? Na verdade tudo nos é emprestado. A gente não leva nada daqui da Terra. Voltamos só com o que carregamos na alma. E ninguém nem percebe pois a janela desta se faz fechada. 
Eu a esta hora sinto-me com essa coisa de que ficou algo sem dizer, mas carrego a mente sã em ter total consciência de que um sorriso a cada encontro fora trocado. Palavras engraçadas, conversas colocadas em dia e as tiradas da boemia. Vida louca vida, é isso que a natureza e sua falta de ordem é: LOUCA!
E assim a cada dia me acho mais nova. Quarenta e um anos é pouco para morrer e muito para viver? Tem gente que se acha velha com quarenta....pois então pensa na morte com essa idade!! Em teu velório irão dizer: oh tão nova....
Vamos viver sem levar em consideração o que nada acrescenta.É muito melhor espreitar um leve sorriso de canto de boca do que se maldizer da vida. Viver embora as tempestades é driblar a desordem de que vez por outra nos assombra. É triste ver os mais novos serem enterrados por seus pais.

Valéria Hidd