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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Em Algum Lugar do Passado

Tem umas pessoas que ficam em nossas lembranças. Que jamais passam. Fazem feitos que nos encantam eternamente. Tem delas que parte cedo. Acredito que há quem realmente não pertença a este mundo.
Tenho várias dessas pessoas na mente. Umas vi poucas vezes, outras ainda estão comigo. 
Sou saudosista e de boa memória. Passo por lugares e sou capaz de recordar detalhes de fatos. Quase todos são como presentes ganhos pela vida e que guardo como joia rara em meu coração. Dão uma aliviada na pressão do viver de agora!!!
A rapidez com que foram acontecendo as coisas no meu caminhar e que me tiraram a visão adolescente, fizeram com que eu valorizasse cada pedacinho da minha história de vida. Não que seja breve. Jamais!! Prezo a vida. Quero viver muito. Pelo menos enquanto tiver saúde. 
Mas não desejaria voltar no tempo. Se fiz, fiz!! Se não, já era. Passou. A fila andou!
Há uns de repentes em que vou esbarrando em pessoas queridas que há muito não via, mas jamais esquecidas. Abraços, afagos e o tempo num instantinho, encurta. Somos hoje mais velhos, mas não esquecemos o brilho que tinha lá atrás, o nosso tão perfeito Mundo. E vivemos aquela coisa das mudanças na criação dos filhos, vivemos a liberdade chegando, músicas com letras marcantes e com ideais, vimos filmes inesquecíveis como a Lagoa Azul, Top Gun, a seleção canarinho, o Volei do capitão Willian e no feminino Vera Mossa (eu amava ser chama pelo nome dela), Hortência e Oscar no basquete, o Presidente Figueiredo visitando Teresina, passando pela av. José dos Santos e Silva ( eu estava lá ). Ele, o último militar!!
E tantas outras coisas marcantes e íntimas, como namoros e descobertas, perda da virgindade, as desilusões, as alegrias e pra mim a dor de conhecer o fim de alguns parentes, amigos...isso judia demais. Meus valores são profundamente marcados por conta dessa dor causada pela morte. Sou muito de gente. De amar os meus!
Não havia essa de Bullying ( nem sabia escrever isso), pois éramos crianças resolvidas, sem estresses, sem complexos, sem frustração e não tínhamos maldade nas brincadeiras. Eu tinha apelido. Apelidava também. Era metade faceira, metade moleca!
Lembro de um amigo. Um amigo bem especial. O Sales. Amigo de rua. Vizinho desde quando vim morar em Teresina. Ele mexia comigo quando eu passava. Já estávamos sem os rostinhos e corpos de criança. Ele assobiava e ria. Queria me intimidar na frente dos outros. Mas sabia que eu era uma espoleta. Eu agia tão feio, mas agia. Dava o dedo pra ele. E se iam aqueles garotos rindo dele e de mim. Certa vez, na base da molecagem e sendo uma atriz de primeira, cheguei ao meu avô e disse: "Vovô, o Salim toda vez que passo assobia fiu fiu pra mim e eu tenho vergonha. Baixo a cabeça e vou." Ele apenas disse: rum!! Depois eu soube que ao entrar na mercearia do seu Ediverto, Salim deu de cara com meu avô e o cumprimentou com aquele medo que todos tinham dele, pois era austero, mas no fundo muito simpático com as pessoas. " Olhe seu Sales, o senhor pare de mexer com minha neta. Não fique assobiando pra ela feito moleque." Nossa....o chão não se abriu como Salim desejou. Todos riram e quem me conhecia sabia que era apenas sacanagem de minha parte. A noite, em nossos encontros nada casuais, pois nos reuníamos na porta de casa para conversas e gargalhadas, Sales veio uma fera falar comigo. Mas encontrou a amiga sem conseguir ficar séria. Eu ria tanto que nem ele aguentou. Chamou-me de algo que hoje seria " mala". E amigos continuamos como sempre!
Aprontei mais algumas dessas, mas sempre conseguia quebrar o gelo por sorrir.
Uma época de luz, paz e muito amor. Eu nada seria sem essas pessoas que ficaram em seus caminhos, mas que vez por outra atravessam na esquina por onde estou, também, atravessando.

Valéria Hidd















terça-feira, 28 de maio de 2013

Rico Coraçãozinho

Tem um coraçãozinho colorido
Ora vermelho, ora azul
Palpita, chega a cantar
Anda perdido, mas se acha toda hora
Tem mãozinhas e bate palmas ao ver a pessoa amada
Tão fácil entender seus toques!
Quando está triste, sangra azul.
É nobre!
Permanece mais tempo deliciosamente feito a maçã
Fica fraquinho ao se preocupar....aahhhh
Teme pelo tempo que tem
Sendo assim vive seus momentos
E sussurra:
Você está em mim!

Valéria Hidd

Inspiração

Não sei mais escrever
Não sei por onde anda a minha ajudante
Fechou-se
Calou-se
Pouco se importa comigo
Sinto-me abandonada
Judiada sem saber como reagir
A caneta e o papel, obsoletos
A tela do computador, cega-me
Minha mente está muda
Minha visão não enxerga a beleza ao redor
Ando no Mundo do Mar de Dentro
Lá, só encanto!
Mesmo assim, nada sai
Talvez não seja permitido
Descrever a grandiosidade do mundo paralelo.

Valéria Hidd

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A Menina

Estava pensando numa menina linda
Livre para ir e vir
Cheia de sonhos e planos
Corajosa e determinada
Vivendo os amores que puderam ser vividos
Vivendo os amores que não puderam ser vividos
Correndo na chuva
Andando de bicicleta
Acordando e dormindo na grande paz de quem cuida de si só
Um menina meiga, mas que fala meio alto
Que derruba as coisas e cai de madura
Que nunca organiza as gavetas, mas sabe tudo o que tem
Que prende os cabelos como rabo de cavalos por ser calorenta
Que queima os outros com o olhar e o sorriso
Calor prazeroso emana
A menina que não gosta de ser avaliada
Que achava que ser notada não seria preciso
A menina que ama dançar
Que pula o muro da escola para vida a sexta-feira
A menina que fecha os olhos para valsar junto ao vento
E que percorre o rio da vida sem carência de olhar para trás
A menina que nunca fui.
Valéria Hidd