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domingo, 30 de dezembro de 2012

Noite de Sábado

Sabe quando estamos doidos para fazer algo a noite e o filho não dorme? Acha de ficar até tarde acordado justo naquele dia, naquela hora? Ontem passei por isso. Não que tenha sido a primeira vez. Quem tem filho (s) que o diga. Mas eu tinha combinado comigo mesma de assistir ao programa Altas Horas. Teria a presença de Fábio Jr. e eu como grande parte da mulherada, sou apaixonada por ele. Amor antigo, desde criança, quando eram pra ele vinte e poucos anos. Mais cedo, brinquei um pouco com Galeno de resolver tarefinhas nessas revistas com atividades, juntei brinquedos espalhados pela casa, coloquei de volta umas bolas que ele havia tirado da pequena árvore de Natal, fiquei um tempo na internet, tomei um banho e finalmente fui para meu quarto esperar os minutos que faltavam.
- Quero um nescau!!
- Abra a geladeira e pegue lá. Está feito.
Programa começado. Super divertido como sempre. O apresentador, um dos meus preferidos, é um cara inteligente e sempre respeita a resposta do entrevistado. Jamais atropela uma fala. Bem dinâmico os quadros.
- Mãe, posso ficar aqui com você? Esse teu "pogama" já tá terminando?
Expliquei que ele podia desde que me deixasse assistir em paz.
- Vira para o lado do teu pai, fecha os olhos e espera o sono descer (ele diz que o sono fica no teto e quanto mais devagar desce, mais lentamente chega o sono).
Cada propaganda que entrava um pedido: água, banheiro, um cisco no olho, conversas das mais variadas, um boneco entre nós (Lagarto, o vilão de um dos filmes do Homem Aranha), a troca da blusa do pijama que molhou, acende e apaga a luz, colorir revista de heróis, reclamações do ronco do pai, mexe na piranha que segura os meus cabelos, quer uma canção de ninar, uma história, beijos, atenção...
Até que eu estava paciente. Ele sozinho perambulando pelo apartamento. Mexendo numa coisa e outra e eu doida para assistir em paz. Temos uma brincadeira que o pé dele se transforma em microfone. Brincando ele permite que eu veja o vídeo, escute a música e embora ele fique rindo, mantem-se quieto. Ontem não foi diferente. Num determinado momento quando comecei a acompanhar a música da vez ele deitou e levantou aquele pé lindo. Segurei como sempre e comecei a cantar, claro que fazendo graça (macaquices). Ele ria e eu também.
Em um dos intervalos fui novamente pegar água, mas dessa vez pra mim. Ele veio junto a cozinha e pegou um pedaço de chocolate. Ao chegar no quarto já havia começado outro bloco e derrubei o copo de água na cama, claro que no local onde durmo. Do meu, sempre lado. Nada que dois lençois dobrados e colocados no lugar não desse um jeito. Ele tagarelando o tempo todo. "Viu como essas coisas acontecem?"
Haviam outros convidados no Altas Horas. Sandy, o pai dela, os filhos de Fábio Jr., um casal de jornalistas, a sexóloga. Era um olho no que passava e outro em Galeno. A certa altura dentro, praticamente do guarda-roupas que por sua causa está com umas das portas por cair. Coisa que a gente vai deixando para ajeitar depois. Nisso o problema vai aumentando até a gente odiar o bicho lá.
- Vem pra cá, rapaz! Porque você não vai para o seu quarto assistir o Cartoon, ou brincar com seus bonecos? Quando terminar eu te chamo!
Não, ele não queria ir. Queria conversar comigo, fazer perguntas doidas, muitas destas sem respostas. Achou de fazer uma tatuagem nas costas do pai que dormia sem camisa. Pegou o hidrocor e foi fazer sua arte. Também pintou as unhas dele. E de rosa. A tal pink!!! Eu escutando as conversas de Michael Teló de quem não sou fã e ignorava até ontem. Achei o cara simpático, inteligente. Gostei dele. E ele toca sanfona! Não vou mais criticar " Ai se eu te pego".
- Mamãe, aquela estória de tu ser de Marte acho que é brincadeira sua. Essa sua nave nunca vem te pegar!!!E esse teu disfarce não desaprega de você não. Nos filhos do Ben 10 dá pra saber dessas coisas!!
Ele conversava o tempo todo. A maioria das coisas eu realmente não ouvi. Indagava se estava perto de acabar. E para acabar de completar quis outro nescau. Morri! Jamais deixo uma lata de leite acabar sem já ter comprado outra. Mas aconteceu. Não tinha o tal 5 +. Outro leite nem que eu diga que vale um presente, jamais é ingerido. Taquei uns quadradinhos de Diamante Negro nele assegurando que era tipo o achocolatado que ele queria tomar e mais água e mais necessidade de ir ao banheiro!
E o programa do Serginho seguindo. Eu ria de lá e de cá. As perguntas dos adolescentes para a sexóloga são demais. Adoro!! Ela, uma mulher muito bonita e inteligente de respostas rápidas e de fácil entendimento. Acho engraçado esse tabu que existe no falar sobre sexo. Nunca vi problema nisso. Soube lidar com essa coisa desde cedo. Conversava com minhas amigas e também com amigos. Lembrei de um amigo da época de colégio. Eu namorava há alguns meses com um garoto e ele me perguntou se eu ainda era virgem. Respondi: ainda! Mas ele duvidara, pois disse que namoro de muito tempo só com beijo na boca perdia a graça e que iam surgindo "coisitas a mais". De fato!!Não me ofendi com a pergunta. Ele é gente boa. Ainda hoje somos amigos. Mas minhas amigas ficaram indignadas quando contei. Nos dias em que estamos isso não é problema, né? Enfim, os adolescente de agora não têm mais essa besteira de clubes da Luluzinha ou Bolinha. Maldade na mente ficou para trás. Graças a facilidade de comunicação e informação.
- Mamãe, o que é espermatozóide?
Olhei para Galeno pasma. Ele diz: " cono" ao invés de QUANDO, diz " pá mim ao invés de PRA MIM, mas espermatozóide que ele acabou de ouvir sem estar ligado na TV, porque estava pintando um palhaço, ele soube captar num passe de mágica e pronunciou perfeitamente. Só que ele pintava, mas estava ligado, mesmo,ao que eu assistia, claro!
Expliquei de uma forma que ele entendesse. Mas  ele não ligou muito para aquilo, não. Seu interesse  era em assistir o Cartoon.
Se eu soubesse ligar, montar o XBOX dele, teria dado para eu assistir meu programa em paz. Fico nessa de chamar meus filhos mais velhos: fulano liga aqui pra mim....fulano, coloca crédito pela net em meu celular...fulano, baixa um filme....fulano, coloca umas músicas legais de tal cantor no pen drive pra mim.....fulano, muda os cabos USB, HDMI (saber os nomes já é um bom começo)....fulano, a TV a cabo travou....fulano, coloca aí no tablet aquele coisa de fotos....fulano, configura meu celular pra tal coisa.....uma infinidade de pedidos sem a mínima preocupação em eu mesma aprender para fazer. Aí fico nessa dependência e sem privacidade para assistir e ouvir o que eu quero. Uma dia desses galeno me ensinou a abrir janelas. Eu sempre fechava uma coisa para abrir outra e ele percebendo me disse: " não pecisa fechar, abre outra aqui e coloca o que tu quer , mamãe!!" Pode?? Pode!!
Sem falar de que eu não sei o que é skype. Juro que não sei. Imagino ser um tipo de msn, mas saber onde acho isso para usar, não vou mentir, não sei nem por onde começar. Jamais me interessei em usar tal coisa!! Mas estou pensando em reverter esse quadro. Não vou mais pedir para que façam essas coisas para mim. Eu mesma terei que me informar e atualizar-me. Dessa forma conviverei melhor com os outros no meu dia a dia.Não vou passar pela Sídrome do Ninho Vazio, tão cedo por ter um filho temporão, então tenho que mudar o meu quadro de ignorância no que diz respeito à tecnologia.
Se não me engano Fábio Jr, terminou o programa cantando Caça e Caçador. A essa altura eu já estava atrás do Galeno que mastigando um pequeno brinquedo de barracha, procurava uma tesoura em seu armário para cortar um pedaço da caixa do celular novo do pai. Este que estava em cima da mesa, meio que jogado, porque ele ama caixas de todos os tamanhos. Fiz a reclamação mais uma vez para que ele levasse em consideração a primeiro pedir antes de se apossar do que não é dele.
Enfim, fomos para o meu quarto. Com a luz apagada por imposição minha, ficamos conversando, cantando e contando estórias que eu sempre invento e esqueço depois. Conto as mesmas estórias, mas mudando os meios até chegar ao sempre final onde o vilão perde, embora dê muita surra no mocinho. - Será que na vida real é assim, mamãe???
- Às vezes, sim!!
- Posso ser metande vilão, metado herói?
- Gostaria que você fosse gente de bem. Agora se tiver horas que você será mocinho para uns e vilão para outros, só mesmo lá na frente. É vida mais para frente, Galeno. Não se preocupe com isso!
- Mamãe, amanhã quando meu papai acordar, eu vou dizer pra ele trabalhar e te dar todo o dinheiro. Eu amo tu direto em nossa casinha.
E assim mudando de assunto, Galeno finalmente dormiu. E eu que estava doida para me livrar, fiquei o beijando sentindo uma leve culpa por ter desejado tanto que ele dormisse logo!!

Valéria Hidd


sábado, 29 de dezembro de 2012

Conversa por e-mail

 Lela
Oi amiga, bom dia!
Vc está por um acaso por aí?? Como te achar se um dos seus celulares está desligado e outro diz que vc não existe? Está última informção me deixou uma prego na cabeça. Quem é então a minha amiga que briga no trânsito e que  me faz dizer: Patrícia, o povo hj mata por qualquer coisa!
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Pat
Oi miga!!
Eu existo viu (não sei como coloca o ponto de interrogação nessa coisa aqui). O seu Vivo está dando desligado, miguinha. E o seu Tim não completa a ligação. Saudade de vc!! Vc sabe né que o Bruno engravidou uma modelo? Mermã, nos dias de hj esse povo ainda cai nessas coisas!!!
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Lela
Oh mermãzinha de Deus, como tu sabe disso e eu não sei?? (O CORAÇÃO ACELEROU)
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Pat
Ai tu não viu? Acabou o casamento dele!!!
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Lela
Louca de quem vc está falando? Tá lembrada que tenho um filho chamado Bruno? Pqp tô tentando te ligar e ainda não está dando. Quero te contar um babado...
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Pat
Do Bruno gagliasso. kkkkkkkkkkkk Eu vi isso que uma modelo engradidou dele. Oh fiquei com pena da Giovanna sei lá o que....formavam um casal tão bonitim...eita e que babado é. Diz por aqui mesmo. Vc tem mania de dizer que seu celular é grampeado, então diz por aqui!!!
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Lela
Mulher, diz uma coisa; tu é íntima do Bruno Gagliasso pra chamar ele só pelo primeiro nome/ Achei que era o Bruno daqui de casa. Nossa passou uma coisa na minha cabeça. Achei que ele tinha engravidado uma puta de Bethe Cuscuz ( puteiro famosos de The). Imaginei que a bicha se dizia modelo!!! Tu é doida. Não mermã, por aqui não. Só tem graça ao vivo mesmo. Né nada de mais, não...Poxa que celular escroto..
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Pat
Odeio gerente de banco mulher. Droga, quando é homem num instante se resolve a coisa. Mulher é lenta pra essas coisas. Tu não acha, não?? Não adianta essas operadoras estão uma droga. Nossa que fome....
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Lela
Se acho???Eu detesto. O banco do brasil tirou o Hélio...poxa sofri. Ele conhecia a minha voz...e sempre resolvíamos as coisas bem rápidas pelo telefone mesmo. Agora é uma mulher, só fui ao banco uma vez. Com fé em Deus nada de problema pq eu não gostei da pobre, não!! Achei ela tão séria, Nem sorriu pra mim....tb tô com fome. Mulher, tu acredita que comprei uma blusinha linda...agora está faltando a sandália. Tu viu que a TIM está proíbida de entrar numas cidades. Só de tanto serviço ruim?
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Pat
Eu vi sim... O miga, acabei de mandar um e-mail lindo pra vc. É a sua cara a msg. Lembrei de vc!!! Olha lá na cx de entrada. Vou te mandar outro...
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Lela
Ok....pois espera aí um pouco. Liga pra mim pra ver se dá!!!
Minutos depois....
Lela
Ow amiga, que e-mail lindo. Mas preciso ler outra vez!!Achei otimista demais. Não sei lidar com o passar do tempo tão bem assim, não. Acho que daqui a quinze anos pode ser que eu venha a pensar como a msg. Não vejo a perda de desejos, prazeres...os arroubos da juventude diminuirem e isso ser bom, não! Diz lá que na juventude tem competição, inveja, corre-corre....mas tem sexo e eu amo!!! Adoro!! Preciso ler outra vez!! O que vejo, sinceramente, são as pessoas que conheci jovens, agora reclamando de dores e perdas...sem motivação...caminhando devagar pra não cair....e a beleza foi embora. Quem diz que não se incomoda de ter sido bonito e isso perdeu, está mentindo. Não acredito nesse lance de envelhecer bem, não!!!
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Pat
Por isso que lembrei de vc!! Nada a ver com o que vc pensa. Distante da realidade. Realmente muito otimista! Tb não sei lidar com isso, não. Vejo a mamãe era tão dinâmica, rápida e hj está tão quietinha e pequena....Olha, não dá pra te ligar. Continua sem dar. Estava com vontade de ir era pra praia ficar lá de boa como diz seu amigo...oh....uma cervejinha gelada!!! Rumbora??? MANDEI OUTRO E-MAIL ESSE É SHOW, COMO TU DIZ!!!
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Lela
Pois é agora fiquei refletindo...mudanças já existem. Depois de um certo tempo os olhares já são pra filhas, sobrinhas, noras....sei não...nem quero pensar nisso agora, não!!! Se vc quiser ir, vamos.Acho melhor dia de semana do que fim de semana, mas vc é que manda.
Clica em enviar....
Pat
Vc tem razão. O que seria de nossas gargalhadas se vc com sua louca juventude não tivesse contratado um show sem um puto no bolso. E de um cantor da voz triste triste???? kkkkkkkkkkkkkkk
Só vc mesmo, amiga!!!!! Por falar nisso vamos pra lá hj? Laura está de férias...vamos??? Beber umas caipirinhas e sorrir de nossas loucuras do passado. Engraçado que ainda encontramos coisas que esquecemos...kkkkkkkk adoro!!!





sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Questão de Ser

Um dia desses, almoçando com duas amigas, não sei porque começamos a falar sobre religião. Coisa muito raro para mim. Gosto mais de conversas tipo nossas relações com nossos homens ( mulher fala até se na cama estão rolando legal as coisas...pasme: com detalhes), compras, comentários por alto da vida dos outros, mas como não sou curiosa quase sempre nada sei, mas fico por dentro dos acontecimentos provincianos de nossa terrinha quente, sobre política, vendas, imóveis, mas sobre religião não! Seria certo falarmos sobre futebol? Só falamos sobre a beleza ou feiura dos jogadores. Graças ao meu bom Deus, as minhas amigas são assim, feito eu: nada de times, nada de compeonatos. Torcemos para o que nossos pais eram ou são, então pra que levantar bandeiras?
Estávamos num lugar super legal. Embaixo das mangueiras tomando cerveja esperando o almoço vir. Algumas pessoas também ali estavam, mas creio que já entrando no ar de final de semana, pois já eram dezesseis horas de uma sexta-feira. Somos assim, sem aquela coisa de que tudo tem que ser numa hora certa todos os dias da semana. Essas regras para que a rotina nos deixe de bem com nossas obrigações e deveres. Um dia sem essas tais nos libertam por algumas horas de nossos tão importantes papeis domésticos. Mesmo exercendo cada uma de nós, nossas tão diferentes profissões.
De repente depois de reclamar sobre esses encontros e desencontros dos quais se fazem misteriosos na vida, concluí: " acho que em outras encarnações deixei algumas coisas mal resolvidas e que estão me incomodando agora". Pronto, uma concordou em partes e a outra sorriu ironicamente afirmando que se fiz más escolhas que não justificasse com algo tão louco de se pensar. "Aqui nascemos, aqui vivemos e aqui morremos. Depois disso tudo, so mesmo o fim. E um dia lá pelas sei lá geração, não existiremos mais para ninguém. A não ser que você seja uma escritora reconhecida e nos coloque em suas histórias/estórias", disse-nos a minha querida amiga.
Não creio que essa vida aqui seja só isso. Seria muito de mal gosto uma coisa dessas. Acho tão sem sentido a gente passar a fase adulta toda se matando de trabalhar ( pobres e ricos ) e depois surgirem os limites e as doenças. Fora as pessoas que gostamos de cara e as que abominamos só de ouvir falar delas. Tem sentido essa empatia ou antipatia por pessoas que nunca nem tivemos maiores intimidades do que nos esbarrarmos por aí vez por outra?
E o fato de encontrarmos pessoas pelo caminho e delas nunca esquecermos? E a criação dos filhos? Eu pelo menos tenho três e foram criados do mesmo jeito e no entanto cada um é de um jeito. Gostos e personalidades diferentes.
Há lugares onde a gente consegue se encaixar e outros, não. Há sonhos com pessoas que nunca vimos e lugares totalmente estranhos. Sonhos com pessoas que já morreram e com sentido total na vida aqui desse lado. Mas aí há inúmeras pessoas que irão falar em subconsciente. Mas não justifica para mim.
Não consigo realmente ver uma coisa concreta na vida, nem razão, nem lógica. Só consigo ver uma continuidade. Algo nos criou seja por qualquer que seja a base de explicação: religiosa ou científica. Fomos gerados por alguma fonte de energia e criamos nossos laços por meio do livre arbítrio. Este que nem sempre condiz com o que é aceitável, mas aos nossos olhos é isso mesmo que se quer ser. Nada a ver com ter. Porque ter, é também algo estranho. Uns querem muito mais, se acham merecedores de tudo, outros aceitam a sua porção pouca de ter e se acomodam, outros se revoltam com todos que  têm e vivem de conspirações, outros têm com uma facilidade impressionante ( será sorte?), outros chegam lá e têm, mas não relaxam, não curtem a vida....e assim cada um com sua abstrata vida.
Creio que somos todos vivos e que, o que chamamos de morte, PARA MIM é apenas a volta para sei lá onde. Isso até me assusta. Sou tão apegada a minha vida com os meus, que pensar em voltar, já me faz sofrer. Não quero aqui expor explicação já que não as tenho. Apenas cheguei a essa visão dos fatos por coisas que acontecem no meu dia a dia. Observações sem fanatismo de crença. Sem achar que o que o homem escreveu em papiro, pedra ou papel  me traga a explicação. Nem quero aqui ser uma polêmica-chata, pois nada quero dizer, além do que EU acredito e sinceramente ninguém tem nada a ver com isso. Tenho o direito, assim como os demais, de pensar o que eu quiser. Uma das coisas que nos é permitido e que eu admiro é que nós temos o direito em crer no que quisermos. Sem claro, nos agredirmos. Sempre respeitei a opinião dos outros, embora discorde de muitas. Para mim o livre árbitrio e o não ser possível ler o pensamento uns dos outros, são juntos o melhor que há na vida. Quantas paixões e ódios ocultos!E já vi que são estes sentimentos que nos regem. São nossos pensamentos, eles geram o escolher. E as consequências dessas escolhas nos fazem ser quem somos: alegres ou tristes, realizados ou frustrados, amáveis ou odiáveis.
Creio que se a vida fosse essa coisa absoluta, de nascer, fazer continuidade da família e depois morrer, não teríamos as contradições que vão aparecendo. Amores nascendo outros morrendo. Hoje em dia está bem aos nossos olhos (antes existia, mas debaixo de sete capas) o amor de algumas pessoas pelo mesmo sexo. É feio? Pensamos no ato desse amor, nas posições, mas nunca no sentimento que o gera. Amar uma pessoa do mesmo sexo é quase que doença para uns. E isso me faz pensar: de onde vem esse amor? Como procriaríamos e levaríamos a raça humana a seguir?
Por essas e outras é que eu creio que tudo aqui na Terra venha de outra vida. E se você tem respostas melhores, nada de querer me indroduzir nelas, pois verei isso como fanatismo. Cada um com sua razão de ver o que não tem como explicar. Sentimentos e emoções, para mim, vêm de um lugar onde ficamos antes de  nascer e depois de nossa morte. Já bastam os mitos e lendas que foram criados para nos explicar o que em vida na Terra jamais entenderíamos.
É de lá de onde eu vim que eu trouxe quem eu sou. É para lá de onde eu vim que levarei quem eu sou.


Valéria Hidd


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Olhos



Quem terá percebido isso? E nessa era digital, como podemos enxergar a alma das pessoas das quais mantemos contato? Na convivência virtual diária. Quem é polêmico, mostra-se assim. Quem é difícil de conviver, mostra-se assim. Quem é sofrido, mostra-se assim. Que é amável, mostra-se assim. E assim por diante. Mesmo sem estarmos frente a frente aos olhos uns dos outros, dá sim pra perceber como somos.
Demorei a entrar nessa coisa que é a rede social. Via meus filhos se comunicando com os amigos e achava meio besta aquilo. Comecei a receber em meu e-mail convites para entrar na teia de onde nunca mais se consegue sair.
Reencontrei pessoas, conheci outras e mantenho contato com quem faz parte da minha vida aqui do lado de fora.
Há grupos onde me inseriram que também me trouxeram amizades valiosas. Há paixões, encontros, desencontros, brigas, intrigas, falsidades, alegrias, verdades, mentiras e exclusões. É uma verdadeira novela. Dá pra conviver com as fases do que essas amizades virtuais trazem, embora às vezes de difícil entendimento. Já fui excluída sabendo o porquê, mas também sem saber.E claro, já excluí quem me incomodou. Um vai e vem de incômodos. Uma questão de opinião ou de simpatia ou mesmo ciúmes das amizades em comum.A única coisa que mantenho por fora mesmo são minhas preferências políticas. Não me envolvo mais com ninguém contrário do que penso ser o correto. Se não me importo com o que os outros pensam sobre minha posição, então que não venham ao meu perfil ditando ordens ou cuspindo em mnha tela. No resto, é só brincadeira e algumas postagens pessoais sobre o que escrevo. E acreditem, já vi em murais coisas minhas sem meu lindo nome. Tipo um roubo sem punição. Aí fico pensando em postar aquela música que diz " cada um no seu quadrado". Nas redes sociais os quadrados são invadidos e quem não se adapta a isso que se mude de esfera, porque o bonito passa a ser de todos. E isso inclui as pessoas também. Casados, noivos, amantes, amigos em relacionamento sério ou enrolados ou em amizade colorida, se beleza tiverem, são figuras de desejos públicos ao ar livre do que pode se dizer, do que você nunca viu, mas que dia após dia está ali dando atenção, sendo amável, inspirador e à disposição, pertencendo dessa forma a cada um que se acha dono de algo mais especial dentro do além de sei lá o que.
O que mais me assusta é que tentamos preencher algo sem nem saber com quem ao certo. Uma coisa do corre-corre dos sentimentos aqui fora. Estamos tão preocupados em nos dar bem financeiramente que nem estamos nos atentando que o tempo disponível aos nossos aqui do lado de fora, está sendo usado para sairmos do ar. Embora estejamos pensando que estamos entrando neste. É justamente o contrário. 
Não quero aqui ser radical, até porque sou uma viciada em redes sociais. Até os seus joguinhos eu aprendi a gostar. Em especial os das bolinhas e dos doces. Mas cheguei a conclusão de que o tempo gasto aqui com minha vida, estava sendo ocupada por músicas e leituras de postagens, conversas e discussões, adicionamento e negação.
Não quero de forma alguma me afastar dos tantos amigos que fiz e que mantenho contato. Até por celular. Afinal de conta foi essa rede de amigos que me fez escrever. Foram eles que me tiraram o medo de ser lida e julgada de forma negativa. Devo isso a vários amigos que se dizem meus fãs e que  amo demais.
Estarei , com prazer, sempre de frente a essas pessoas, mesmo não vendo seus olhos. Apenas dosando mais o que tenho que viver olhando nos olhos de quem necessita de minha mais atenta atenção. Tudo controlado, fazendo sentido aos sentimentos aqui do lado de fora!!!

Valéria Hidd



2013

Só quero que 2013 venha com calma. Nada de vir com tudo, como ouvi de uma amiga. Quero tempo para buscar qualidade e não quantidade nas minhas relações comigo mesma. Diminuir meus dilemas e focar em escolhas que gerem boas consequências. Tudo na boa e sem pressa. Ater-me em minhas realizações pessoais e deixar seguir a natureza.
Houveram algumas mudanças com meu jeito de agir (algumas um dia desses). Pessoas foram, outras vieram. O espaço e o tempo entraram em compasso e estou adorando essa nova fase. Quero continuar desse início. Intensificar essa coisa que o passar dos dias acabou, a pauladas, trazendo-me. Calma!
Então, não quero que 2013 venha com tudo.
Ando notando que preciso mais do que nunca de aproveitar os momentos sozinha comigo mesma, porque eu não tento me dar conselhos, apenas vou comparando o estilo de vida que quero levar. Olho para mim e mesmo que naquele momento eu não me enxergue, mesmo assim, estou lá comigo. Mesmo que eu não saiba o que me dizer, lá está a presença melhor para manter minha atenção no que realmente será de bom proveito.
Então, não quero que 2013 venha com tudo.
Não será preciso mais de vinte e quatro horas para mim. Sei que devo me organizar no tempo que me é peculiar. Respeitando assim, o tempo que devo dispensar as minhas obrigações com todas as Valérias que sou. E não apenas a mãe!
Fazer do meu dia algo que ao entardecer me dê vontade de celebrar, aceitar e agradecer pelo que findou e não volta mais. Ao invés de ter a chata impressão de que não foi um dia produtivo.
Então, não quero que 2013 venha com tudo.
Quando possível, sair da rotina com amigas. Conversar besteiras, dramas, desilusões, amores, começos, meios e bater boca sobre o fim que nem sabemos qual será, mas mesmo assim ficamos discutimos enquanto bebemos em algum bar com música ao vivo.
Ter mais cautela ao responder a um filho sobre meu paradeiro. Entender que isso não é controle. É preocupação. Afinal de contas esse é o destino de todos os pais. Os papeis se invertem. Do cuidar ao ser cuidado. No final vamos sendo pais e filhos e filhos e pais uns dos outros.
Então, não quero que 2013 venha com tudo.
Quero amar o que se deixa amar. Não quero o difícil e sem atitude. Quero uma relação normal. Se é que posso ter uma coisa normal. Dar uma segunda, terceira, quarta....chance ao meu par. Entender que sentimos a mesma coisa um pelo outro. O que difere nosso singelo sentimento em comum é que sou intensa e ele brando. Sou Lua e ele Sol. Sou emoção e ele razão. Sou das letras e ele dos números. Sou fogo e ele areia. E essas diferenças se olhar bem de perto, nada mais é do que o equilíbrio de nossa relação. Coisa que pude enxergar a pouco tempo. Basta algumas tréguas vez por outras.
Então, não quero que 2013 venha com tudo.
Minha amiga ao me dizer que 2013 vinha com tudo quis me dar uma injeção de ânimo. Mas na verdade olhei-me no retrovisor do carro e disse em voz alta, ao desligar o celular: " Como assim? Eu quero um 2013 calmo!"
Não tenho planos mirabolantes e nada que saia de minha rotina. Apanas quero que 2013 aceite o meu louco querer de nada transformar, nada mudar, nada perder e tudo ganhar, sabendo que minha rotina não será quebrada pela chegada de mais ninguém. Quero viver com os meus. Viver meus momentos. Dançar, correr, brincar, beber, falar, cantar, escrever e ser livre. Livre para amar cada dia mais a minha rotina. E se nela estiver anexada a uma viagem, vivaaaa!! Mas sem a minha rotina não quero viver. Desejo que todos que fazem parte de minha rotina estejam sempre bem e sabendo lidar com suas rotinas, porque eu descobri que sem ela a gente perde o foco e desaprende a viver.
Então, não quero que 2013 venha com tudo!!

Valéria Hidd






segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Amor Fraternal

Tenho uma coisa do ser livre dentro de mim. Isso me atrapalha a viver, porque me causa ansiedade e angústia. Fico inquieta com horários marcados, muitas ligações atrás de mim e visitas a fazer, solicitações de filhos (que são três ) ao mesmo tempo, a combrança de minha mãe que - coitada sozinha e mãe de filha única - necessita de minha presença diária. Fora obrigações e deveres demais. Chantagem de amigas: você só liga pra fulana, você nunca mais apareceu, nem me ligou no meu niver, poxa, você voltou e nada de me avisar, fulano morreu e você nem deu as caras ( claro que eu não soube), Passa de carro aqui na  porta e nem para um instante ( tem dia que eu queria ter 28hras). Acho viver muito difícil. Às vezes acho que nasci sem algumas ferramentas para aguentar essa pressão toda e por dia, se pudesse, nem da cama sairia.
Eu jamais faço uma pergunta indiscreta a alguém e sei que se eu não consigo tempo e espaço para agradar a todos que moram em meu coração, é claro, as pessoas também têm essas coisas mal resolvidas, ou será/ seria uma questão de prioridades? Não sei responder a essa pergunta, mas há pessoas mais fáceis de lidar e isso é uma questão importante a observar.
Hoje estou triste. Lógico que estou escrevendo esse texto com essa coisa melancólica que dezembro me dá. Escutando  nothing else matter, a escolhida de hoje, porque eu só consigo escutar uma única música até dar fim nas palavras que encontro para finalizar meu raciocínio.
Se houvesse um médico que me explicasse esse vazio que há dentro de mim, pagaria o que fosse para sanar essa coisa ruim. Venderia o meu carro que considero o maior amigo, pois quando estou nele sozinha, sinto-me a pessoa mais livre do mundo guiando o meu caminho, retardando parar algumas vezes, pois a canção que amo ainda não acabou. Juro que ficaria sem meu amigão se caso em troca isso sumisse.
Sou muito bem resolvida e me dou bem com as consequências de minhas escolhas. Não falta nada. Claro que sou como a maioria das pessoas, busco sempre ter para viver, mas isso não me tira  o sono e nem a paz. Está dando para viver. Talvez não seja uma coisa, talvez seja alguém. Mas isso também é meio improvável. Eu vivo entre tantos alguéns que amo e que sabem o que eu sinto, pois sou de demonstrar: beijo, abraço, brigo, xingo...essas coisas que o amor nos faz ser como somos.
Hoje tive um sonho muito ruim. Acordei quando estava amanhecendo. Nem tenho coragem de contar diretamente para ninguém aqui de casa. Acho que isso contribuiu para que eu esteja com a alma doída e cansada, por agora. Nessa coisa de momento que é a minha vida. Sou intensa. Alegrias e tristezas são vividas de forma igual. Ambas podem me fazer chorar e num passe de mágica sumirem e darem lugar a outras emoções. Assim sou, instável, como diz morcego!
Enfim, sonhei com minha tia Nadja dizendo para mim que meu ex-marido havia morrido. Como a pessoa sonha com duas pessoas sem que antes de dormir nem sequer lembrou delas?
Olha, vou dizer, lidar com perdas é terrível. A gente cresce ouvindo fulano morreu, beltrano sofreu um acidente...mas que coisa ruim traz a morte. Penso: um dia será eu. E quando e de quê? Aí saio logo desse pensamento, fujo...melhor pensar em contas à pagar do que na caveira andante, o puro osso, a coisa que carrega uma foice, o cara que guia o barco....na morte!
O sonho é um assunto que me impressiona. A gente dorme e assiste a filmes com pessoas que conhecemos e também com quem a gente nunca viu. Os lugares, os diálogos são tão reais! 
E voltando ao meu sonho, estou há uns dezoito anos que não troco uma palavra com ele. Mas temos filhos em comum. Dois rapazes com feições misturadas de nós dois. Uma mistura que ficou bonita. Você pode dizer que estou sendo mãe nessa hora, mas são, sim, lindos. Filhos de pais bonitos. Não seja por isso o motivo deles serem lindos, porque já vi filhos de casais bonitos, embora isso, serem feios. Acredite, caso eu  continue a colocar esses adjetivos, a mãezona aparecerá! É fato, como dizem os que não sabem comentar, no facebook!
Está vendo como falar do sonho ruim é difícil. Meto outras coisas pelo meio. O texto acaba saindo daquela ordem que nos ensinam nas aulas de redação: começo, meio e fim. É tão simples? É não! Justifiquei um dia para professora Sandra: "não é simples, coisa nenhuma, vá me desculpar. A redação é feita de caneta e lá no meio dela eu lembro de algo que é importante, mas que tinha que ser dito antes...e aí?? Eu vou criar a minha própria regra de escrever quando eu puder ser livre de colégio". A professora Sandra era linda e tinha um namorado fortão que ia buscá-la de moto e tinha tatuagem. Pense numa coisa que eu achava massa. Mal sabia eu que meu medo daquela coisa em que ficamos altamente expostos, traria um trauma para mim ao pegar carona com Júnior. Ele corria tanto e eu gritava tanto para que ele parasse que ali foi a primeira vez e a última que andei de moto. Gosto de me sentir mandando em mim e não impotente.
Conheci Ricardo, meu primeiro marido aos onze anos. Ele tinha quinze. Era meu vizinho. Muro em comum. Aos meus doze nos demos o nosso primeiro beijo. Namorávamos e terminávamos. Tivemos outras pessoas nos intervalos. O mais longo intervalo que tivemos nesses anos de namoro, foi de três meses, tempo esse que namorei com um primo dele. Mas chegou o dia em que começamos a namorar sério. Já estávamos mais maduros. Eu como sempre, precoce. E era louca, alucinada por ele. Tempo bom aquele. Ele inteligente e estudioso. Super responsável. Eu , nem tanto. Achava que minha inteligência já seria o bastante. Ele bonito e beijava bem. Éramos um grude. Quando fizemos um ano de namoro transamos. Eu com quinze e ele com dezenove anos. E não foi bom, como acredito que quase toda primeira vez. Estava sem jeito, nervosa. Ia perder algo meu...Depois a gente aprende a se soltar e é só alegria. Virou rotina. Sem camisinha, sem anticoncepcional. E como são somos estéres, fomos pais bem cedo. Aos dezesseis anos eu me tornei mãe. E tivemos nossos momentos. Foi bom. Nos divertimos muito. Mas somos diferentes e essas coisas, vão atrapalhando. Ele gosta de sítios e eu da cidade. Por aí vai....Hoje ele tem a sua família e eu a minha e temos nossos dois filhos em comum. Os pais dele, durante o tempo em que fomos casados foram meus pais também. Principalmente a mãe dele. A quem jamais perdi o contato.
Não irei contar o meu sonho/pesadelo. Do meu jeito e por termos nossos filhos eu o amo. Amor fraternal, embora ache que não seja recíproco. Mas amor é assim mesmo: a gente emana sem esperar nada em troca.

Valéria Hidd









sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Conversas de mulher

 Lela
Oi amiga, bom dia!
Vc está por um acaso por aí?? Como te achar se um dos seus celulares está desligado e outro diz que vc não existe? Está última informção me deixou um prego na cabeça. Quem é então a minha amiga que briga no trânsito e que  me faz dizer: Patrícia, o povo hj mata por qualquer coisa!
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Pat
Oi miga!!
Eu existo viu (não sei como coloca o ponto de interrogação nessa coisa aqui). O seu Vivo está dando desligado, miguinha. E o seu Tim não completa a ligação. Saudade de vc!! Vc sabe né que o Bruno engravidou uma modelo? Mermã, nos dias de hj esse povo ainda cai nessas coisas!!!
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Lela
Oh mermãzinha de Deus, como tu sabe disso e eu não sei?? (O CORAÇÃO ACELEROU)
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Pat
Ai tu não viu? Acabou o casamento dele!!!
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Lela
Louca de quem vc está falando? Tá lembrada que tenho um filho chamado Bruno? Pqp tô tentando te ligar e ainda não está dando. Quero te contar um babado...
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Pat
Do Bruno gagliasso. kkkkkkkkkkkk Eu vi isso que uma modelo engradidou dele. Oh fiquei com pena da Giovanna sei lá o que....formavam um casal tão bonitim...eita e que babado é. Diz por aqui mesmo. Vc tem mania de dizer que seu celular é grampeado, então diz por aqui!!!
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Lela
Mulher, diz uma coisa; tu é íntima do Bruno Gagliasso pra chamar ele só pelo primeiro nome/ Achei que era o Bruno daqui de casa. Nossa passou uma coisa na minha cabeça. Achei que ele tinha engravidado uma puta de Bethe Cuscuz ( puteiro famosos de The). Imaginei que a bicha se dizia modelo!!! Tu é doida. Não mermã, por aqui não. Só tem graça ao vivo mesmo. Né nada de mais, não...Poxa que celular escroto..
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Pat
Odeio gerente de banco mulher. Droga, quando é homem num instante se resolve a coisa. Mulher é lenta pra essas coisas. Tu não acha, não?? Não adianta essas operadoras estão uma droga. Nossa que fome....
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Lela
Se acho???Eu detesto. O banco do brasil tirou o Hélio...poxa sofri. Ele conhecia a minha voz...e sempre resolvíamos as coisas bem rápidas pelo telefone mesmo. Agora é uma mulher, só fui ao banco uma vez. Com fé em Deus nada de problema pq eu não gostei da pobre, não!! Achei ela tão séria, Nem sorriu pra mim....tb tô com fome. Mulher, tu acredita que comprei uma blusinha linda...agora está faltando a sandália. Tu viu que a TIM está proíbida de entrar numas cidades. Só de tanto serviço ruim?
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Pat
Eu vi sim... O miga, acabei de mandar um e-mail lindo pra vc. É a sua cara a msg. Lembrei de vc!!! Olha lá na cx de entrada. Vou te mandar outro...
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Lela
Ok....pois espera aí um pouco. Liga pra mim pra ver se dá!!!
Minutos depois....

Lela
Ow amiga, que e-mail lindo. Mas preciso ler outra vez!!Achei otimista demais. Não sei lidar com o passar do tempo tão bem assim, não. Acho que daqui a quinze anos pode ser que eu venha a pensar como a msg. Não vejo a perda de desejos, prazeres...os arroubos da juventude diminuirem e isso ser bom, não! Diz lá que na juventude tem competição, inveja, corre-corre....mas tem sexo e eu amo!!! Adoro!! Preciso ler outra vez!! O que vejo, sinceramente, são as pessoas que conheci jovens, agora reclamando de dores e perdas...sem motivação...caminhando devagar pra não cair....e a beleza foi embora. Quem diz que não se incomoda de ter sido bonito e isso perdeu, está mentindo. Não acredito nesse lance de envelhecer bem, não!!!
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Pat
Por isso que lembrei de vc!! Nada a ver com o que vc pensa. Distante da realidade. Realmente muito otimista! Tb não sei lidar com isso, não. Vejo a mamãe era tão dinâmica, rápida e hj está tão quietinha e pequena....Olha, não dá pra te ligar. Continua sem dar. Estava com vontade de ir era pra praia ficar lá de boa como diz seu amigo...oh....uma cervejinha gelada!!! Rumbora??? MANDEI OUTRO E-MAIL ESSE É SHOW, COMO TU DIZ!!!
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Lela
Pois é agora fiquei refletindo...mudanças já existem. Depois de um certo tempo os olhares já são pra filhas, sobrinhas, noras....sei não...nem quero pensar nisso agora, não!!! Se vc quiser ir, vamos.Acho melhor dia de semana do que fim de semana, mas vc é que manda.
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Pat
Vc tem razão. O que seria de nossas gargalhadas se vc com sua louca juventude não tivesse contratado um show sem um puto no bolso. E de um cantor da voz triste triste???? kkkkkkkkkkkkkkk
Só vc mesmo, amiga!!!!! Por falar nisso vamos pra lá hj? Laura está de férias...vamos??? Beber umas caipirinhas e sorrir de nossas loucuras do passado. Engraçado que ainda encontramos coisas que esquecemos...kkkkkkkk adoro!!!

Um Marlei lá em casa

Meu filho ganhou um cachorro. Coisa mais linda. Um coker spaniel marron. Só que desde sua chegada nossa vida mudou totalmente. Ele parece ser hiperativo. E nem dá pra ficar com raiva dele, porque sua cara é de coitadinho. Aquele carinha que dá vontade de colocar nos braços e chalerar. Ele é chorão. Tudo o que quer e não deixamos ele fica gemendo, grunindo...ah coisinha chata.
Acho interessante o fato dele parar em frente a mim e ficar me assistindo. Olha-me como se estivesse entendendo os meus pensamentos. Vira a cabeça de um lado para o outro, como quem diz: "queria te entender".
Já tínhamos um schnauzer cinza. Lindo também. Mas Bolt, como é chamado, era bem tranquilo e jamais late. Tranquilo ele não é mais. Está terrível. Eles correm pela casa e nos seguem. Um vai e vem que quando não existe, sinto falta. Chamou-os pelo nome. Boolttt.....Freddoooooo.....Ah só que Freddo, é pequeno ainda e não se aquieta. Comecei a chamá-lo de Pitoco. E pronto!! Já sabe como é apelido. Vai ser o nome dito e conhecido. Meu filho, dono dele, pai de Freddo, não gosta do nome. No entando, já o ouvi gritando " porra de pitoco escroto, comeu o segundo carregador do meu celular" Aí a gente chega érto e diz: " poxa, mais um??"
Tem sido uma loucura. Meu filho caçula, que é mais novo dezoito anos do pai de Freddo, vive correndo, gritando e quando se impaciente, taca a mãe no diabo do Pitoco. São mordidas nos calcanhares finas e assustadoras. Vem de repente. Dá até vontade de rir. Outro dia este, o caçula, estava caminhando arrastando Pitoco que mordia sua calça de pijama. Ele ria e o cão atentado grunia bem seguro na barra da calça. Fiquei meio preocupada. Será que Pitoco vai crescer com raiva dele?? Mas logo em seguida eles estavam se rolando em cima da cama. Pra meu desespero. Gritei: Sai de cima da cama bando de cão!!!
Uma casa feito a minha com um constante entra e sai, por sermos uma família grande, venhamos e convenhamos, não é pra sermos considerados bons do juízo não. Dois cachorros perambulando o dia e a noite....só nós!!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O Mundo dos Poetas


Olho e olho para essa tela branca esperando um texto e nada sai da cabeça. Penso em diversas coisas ao mesmo tempo que não se encaixam para formar as frases e assim promover algo para se ler.
Talvez se hoje eu estivesse mal, melancólica, pra baixo e angústiada, uma bela escrita sairia. Fiquei até feliz em saber que isso acontece com gigantes da literatura.
Alma de poeta é sofrida, disse-me uma amiga. Penso em uma certa conexão com um mundo paralelo. Um espaço onde só transita quem tem o dom da escrita. Lá é terra do estado de espírito inquieto, sem sombras e com começo e meio. O fim só do lado de cá. São contínuos, os fatos que ocorrem nesse mundo. Há espaços preenchidos por encantos, paixões platônicas, amor sem ser correspondido, amor proibido, amor dividido, amor sem sentido, amor de um, de dois de três......
Depois que se chega nesse local, nada de saída encontramos. Só dá pra ir adiante. Lá sentimos mais do que falamos e isso dá sentido a vida. Tudo ocorre paulatinamente sempre com amor de mais, mas nunca de menos. A coisa é durável. Pensamento torto de amansar fera. Lá só calmaria e grito mudo.
Não há planos, os fatos vão se encaixando e a vida vai fluindo. Não é igual a música. Só tem indo, porque o olhar para trás requer muito esforço e ninguém quer perder energia de forma desnecessária.
O que faz esse lugar ser adaptável a qualquer um que pode lá chegar, é que indecisão e razão não existem. 
As metades são muitas e fazem um todo. A cor que lá existe é a crua, a bege. Ninguém pinta o sete. Este já está com sua coloração firme e forte. Apenas o sete vai nos conduzindo a ouvir aquela música que somente os anjos podem decifrar. E cada um escuta a sua melodia. Isso não se mistura. Os gostos são peculiares, a vida é doce e o mundo inexiste!

Valéria Hidd

domingo, 9 de dezembro de 2012

O Resto

Gosto daquilo que Cazuza dizia sobre o resto: Existe o certo, o errado e o resto!
Quando me deparei com essa frase estranha fiquei me perguntando o que isso queria dizer. O que seria esse tal resto? Já não sabia a diferença entre o certo e o errado. Sempre tive a consciência de que o que parece ser errado para um, para o outro parece ser certo e vice versa. De ler o que eu pude sobre aquele cara bonito, inteligente, de letras polêmicas e vida intensa, deu para entender direitinho a mensagem.
Todos nós temos os nossos restos. Não tem nada a ver com dividendo, divisor, resto ou quociente. Resto é tudo aquilo que fazemos e que os outros não precisam saber. É a banda não podre da vida.É onde está a satisfação e o nosso verdadeiro eu. É onde se localiza o nosso certo. Aquilo que é para ser chamado de meu. Um mundo penatrável à apenas por quem recebe a senha de acesso. É lá naquele lugar onde o clímax é total e se instala. É de momento, feito a felicidade. E por esse motivo, ambas andam de mãos dadas.
No resto não há a preocupação com o sentido ou a Razão. E quem chega a essa conclusão entende a magia que é o viver. A arte de seguir fica mais leve.
Contudo, não se pode estar a todo momento inserido no resto, porque ele só sobrevive à situação em questão, mas não fora dela.
O resto é feito o Segredo de Frejat, parceiro de composições de Cazuza. Aquela coisa que pode assustar, mas que vista de perto não choca tanto quando se tem algo mais de sentimento. Quando se escolhe estar preparado para qualquer caminho, para qualquer mudança, embora as patadas do Mundo.
Resto não é um fato supérfluor, inútil ou fútil. É  última fase de um experimento. É o provar que tudo de certa forma ( até o incompreendido ) vale à pena.
É dar, esperando receber. É não ter opções diversas, mas somente aquilo que o momento faz.

Valéria Hidd

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Que Carrego na Alma

Mais um ano acabando. Ao entrar em dezembro começo a ficar mais e mais sensível e pensativa. E como de costume meio calada. Um mês que celebra a vida, o nascimento. Só que eu só consigo sentir saudade e melancolia. Aquela tristeza da qual a perda e a falta, causam. Foram embora tantos. E muitos, tão precocemente. Tenho uma tendência a sentir-me assim como estou hoje. Vazia. Um vazio que chega a doer no peito. Deixando aquela coisa apertada entre os meus seios. É tão profundo que acho que é na alma e não no coração. Fica tão visível que meus olhos me delatam. Parece aquele sentimento de que nos abraça quando estamos em velório de alguém que gostamos, admiramos.
Escrever fica numa distância impressionante, pois eu não coordeno as ideias. Observo p ter inspiração, mas assim nada vejo e portando não enxergo nada além da eufória das pessoas em comprar presentes. Coisa que não ligo muito. Certa vez, ganhei de meu filho uma pedrinha. Uma pedra branca, tipo seixo. Fui buscá-lo no aeroporto e ele ansioso por me abraçar, pois ficou um mês viajando c minha mãe para Belo Horizonte, correu e engateaou por baixo da corda de proteção e veio até a mim. Coisa mais gostosa da vida aquele abraço. Eu o enchi de beijos e o coloquei no colo (hj ele tem 1,81m). De repente ele coloca a mão no bolso e me entrega a pedra.Seus olhos brilhavam porque aquilo foi um achado. Uma coisa tão linda e especial que ele guardou c tanto esmero quase o mês todo até o dia em que pode me presentear. Este foi um dos presentes mais lindos que ganhei na vida. Até hj fica junto a caixinha de jóias e de vez enquando eu dou um beijo nela.
Assim, começaram a ter esses presentes. Achados e escolhidos com atenção, carinho e amor. Já ganhei cinco petecas/bolas de gude, guardanapos com eu te amo, véa linda...uma séria de coisas que somente crianças reconhecem o valor. Aqueles bilhetinhos escritos errados, esquecendo o acento de meu nome....ahhh que lindo era ganhar essas coisas.
Mas os filhos crescem e passam a ser adultos e se inserem nessa coisa que é o Natal. Uma coisa comercial. Onde tudo fica pela hora da morte. Ganhei ano passado um notebook, pq viajo muito e o PC não pode ir comigo. Enfim, veio sem cartinha, veio sem cartão...o que pra mim, seria o mais valiozo. Confesso que me deu uma certa frustração, mas entendo. Sei que foi de coração. Apenas não queria que eles perdessem aquela coisa do especial, do que faz a alma vibrar, do simples mesmo!!!
Parei de dar presentes para os meus filhos mais velhos. Eles preferem o dinheiro. Também já não sei escolher roupas, acessórios....essas coisas só mesmo as namoradas é que sabem. Mas meu abraço e beijos e lágrimas os enchem de certeza de enquanto vida eu tiver, serei deles para todos os momentos. Sabem eles, que mesmo quando eles estão errados. Com brigas com alegrias até que a vida permita a nossa convivência.
Tenho um amor pela vida tão grande e pelas pessoas queridas que estão em meu coração que nada me impressiona mais do que termos saúde e vida de viver. Cada um na sua luta do dia a dia, em suas batalhas. Uns dias com ganhos outros com perdas. Assim, mesmo, como a vida vai se appresentando para todos nós. Então, essa coisa de dezembro, esse ar de preocupação em presentear, em se endividar, não me dá tesão em nenhum aspecto.
Há o pai de uma amiga/prima/irmã que está internado com câncer. Descobriu um dia desses. Um cara sensacional. Minha infância foi maravilhosa e ele tem uma grande parcela nisso. Um paizão, como ele mesmo se sente em relação a mim. Isso me dói tanto e eu não consigo ir ao hospital, mas ligo todos os dias pra saber como estão as coisas, resultados dos exames, alimentação...essas coisas. Fiquei feliz qd eu soube que estavam conversando sobre meu jeito de ser, meus micos e loucuras que cometo por ser meio dramática. Disseram-me que ele riu muito. Achei o máximo!!
Só queria por este Natal que ele, Zé Afrânio, tivesse sua saúde de volta, porque a gente ama sentar e conversar, passar o dia lembrando de coisas legais, sabendo de novidades, viajar para Salvador e fazer nossos churrascos na casa da minha amiga, filha dele, Vanessa. Crescemos e hoje temos nossos núcleos, mas continuamos aquelas meninas que riem com facilidade e trocam confidências e que temos muito carinho e amor, pois somos uma família só. Juntamos os nossos núcleos num laço eterno de amor, trocas e consideração.
Dezembro me dá essa coisa, mas sei que a cada ano, mais e mais as pessoas vão ficando mais importantes pra mim. É isso que carrego na alma.