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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Provisório....

Nem sempre quando se quer agradar, agrada-se. Ela acordou toda bem intensionada. Depois na noite de amor, de novas juras, de novas promessas, de um reencontro as escondidas e não às escuras, ela quis surpreendê-lo. Levantou e foi até a cozinha arrumar um belo café da manhã. Queimaduras a parte e chaleira esquecida no fogão com chamas acesas, levou em uma cesta que existia na casa há tempos (mas esse detalhe nem tem tanta importância. Quando a poeira se foi, tudo ficou encerado).
Com um selinho na testa, porque beijo na boca pela manhã está fora de cogitação, ela o despertou. Ainda nu, olhou-a admirado. Boca entreaberta, cagueijou:
- Nononossa...obrigado. Vem cá!!!
Tomaram café juntos e foram para o banho. Claro, que fizeram o que vocês estão pensando. Uma bela rapidinha. Ainda não era feriado e ambos teriam que ir as suas obrigações e deveres da velha luta do dia a dia. Apenas um detalhe: Estavam refeitos e leves. A noite fora regada de muito amor num mundo só deles. Aqueles anos de ausência e olhares distantes, haviam desaparecido e o vazio fora preenchido com a certeza de que ali estavam duas pessoas livres para amar, mas isso pensara ele. Não seria tão fácil assim pra ela. E isso nem a própria sabia.
Após se despedirem e cada um tomar o seu rumo, ela foi até o porta-luva de seu carro e pegou o celular. Não. Ele não foi esquecido lá. Foi guardado. É o tipo de coisa que se tem/deve  fazer quando não se quer magoar o outro. Longe de ser safadeza. Apenas prudência. Afinal ela não tinha a quem dar satisfações.
E ele? Será que estava mesmo disposto a enfrentar as feras e se divorciar? Nem sempre só de amor uma relação necessita. Há atitudes, escolhas a fazer e dentro desse circulo, estão pessoas queridas. Na verdade de for prestar mesmo atenção, numa separação, só mesmo a parte que quer se livrar é que está bem. Um bem entre aspas, eu sei!
No caminho para o trabalho ela recebe uma ligação. Do outro lado uma voz que ela escuta há três anos.
- Estou morrendo de saudade. Chego, as vinte horas e estou sedento por você. Jantamos juntos hoje?
- Hoje?
- Sim, o que foi? Estou com saudades. Você não me atendeu ontem a noite. Onde estavas?
Era o início de um emaranhado de mentiras. Por mais que ela se considerasse livre. Sem compromissos determindo e assumido com os três "amigos", cada um dele se sentia seu dono. Relacinamentos como quaisquer um. A danada da posse dando uma gota de pressão.
- Claro, estou louca pra te ver!
O suor escorria por seu rosto, mesmo estanado com o ar do carro ligado. Não que estivesse com remorso, mas estava entrando num terreno bem perigoso. Estava de volta ao único homem que realmente amou. Mas e como entender o falta de coragem para se livrar dos três? A resposta nem mesmo ela sabe si dar!!

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