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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ela estava tão radiante e presa mais uma vez naquela parte da vida que estava adormecida. Um encanto debaixo de cada pedacinho daquela noite. O vai e vem das ondas, o vento soprando em sua janela e o perfume inspirador e excitante a deixavam louca pela chegada dele.
A viagem inesperada foi a chave para terminar de abrir o que o passado havia deixado fechado a uma volta. Apenas uma. Naqueles dias, ela jurara que faria cada momento valer a pena. Nada de pensar no que virá e nas escolhas que aquele reencontro ia lhe obrigar a fazer. Ali estavam ela e ele. Apenas uma coisa em comum: o passado mal resolvido dos dois. O adeus que nunca deram, agora estava explicado. Nada havia acabado. Ali tinha fogo, paixão e algo mais. Tinha a vontade de se dar. O cheiro do velho novo. A hora de viverem o que não foi permitido por não saberem lidar com a pouca idade que tinham.
Após receber a ligação dele ela saiu ao seu encontro no bar do hotel. Lá o encontrou. E que homem lindo. Um sorriso de fazer qualquer coração pulsar descompassado. Tomaram uma dose de wisk e saíram de mãos dadas. Resolveram caminhar pela orla. Entre carinhos e beijos iam seguindo conversando e sorrindo. Estavam felizes. Aquele momento único, pensava ela. Mas por não saber que viveriam sim, vários deles. Pois cada dia daquele feriado ela amou mais que o outro.
E se não fosse a sua coragem de deixar pra trás o que nada dizia há tempos, desligando-se do resto do mundo, ela jamais saberia que ali estava aquele homem que sempre esteve por perto, mas que o medo a cegava.
Pararam num barzinho com música ao vivo, sentaram-se numa mesa com meia luz e deram-se um beijo longo e apaixonado. As mãos dele tocaram levemente o seio direito dela. E aquilo fez com que ela retirasse a mão atrevida. Mas riu da situação.
Como haviam combinado que naquela viagem não falariam do passado, conversaram de coisas corriqueiras do presente. Uma noite iluminada pela energia da esperança. Os dois sempre se amaram. Veio desencontros. Falta de comunicação. Essas coisas que a vida vai trazendo durante o tempo em que estamos seguindo.
Eles tinham um ao outro dentro de si. Nada foi capaz de apagar. Era como tatuagem, ou como escrever numa rocha. Foram passando os anos e lá estavam.
Um casal lindo, na idade madura que juntos carregavam a criança dos tempos que eram vizinhos. E quantas lembranças tinham daquele primeiro beijo, primeiras carícias....até que transaram no sofá da casa dele.
Estavam num reencontro permitido e guiado pela vida. Tudo conspirava a favor dos dois.
Aquela noite fora tão mágica, dormiram abraçados. Estarem juntos já era de um prazer enorme. Afinal aquela era a primeira noite de um final de semana prolongado...


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